O caixa é rei: previsão do fluxo de caixa
O caixa é rei: previsão do fluxo de caixa
28 de outubro de 2022
A previsão do fluxo de caixa é negligenciada em muitas estratégias de S&OP/IBP e Planejamento e Análise Financeira (FP&A), mesmo sendo um elemento vital para a saúde financeira de qualquer negócio. Afinal, se o capital é essencial para a sobrevivência empresarial, por que sua previsão é frequentemente omitida nesses processos?
A colaboração com o setor financeiro nos processos de S&OP/IBP pode ser complicada, embora não seja um conceito novo. Pesquisas, como as realizadas pela especialista em cadeia de suprimentos Lora Cecere, indicam um retorno à discrepância pré-pandemia entre as funções financeira e operacional. A importância dessa integração é reconhecida, mas as melhorias práticas permanecem escassas.
Avançar além da Demonstração de Lucros e Perdas é muito importante, mas muitas vezes ignorado pelo S&OP/IBP. A verdadeira saúde financeira de uma empresa só pode ser medida quando todas as principais demonstrações financeiras – incluindo o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Fluxo de Caixa – são consideradas. Esses documentos oferecem visões distintas e complementares do estado financeiro de uma empresa.
A Demonstração do Fluxo de Caixa é que nos ajuda a realmente entender as transações financeiras reais da empresa, diferenciando-se das outras demonstrações que podem se basear em princípios contábeis de competência. Este relatório detalha como o dinheiro é gerado e utilizado, oferecendo uma imagem clara da liquidez da empresa.
Muitas organizações se apoiam no EBITDA como um substituto para a análise do fluxo de caixa. No entanto, essa métrica pode ser enganosa, especialmente para empresas com intensos requisitos de capital. O EBITDA ajusta o lucro operacional para excluir despesas não monetárias, como depreciação e amortização, mas ignora as necessidades de investimento em capital, que são fundamentais para a sustentabilidade financeira a longo prazo.
A verdadeira robustez financeira vai além dos lucros relatados na Demonstração de Lucros e Perdas. Um negócio pode apresentar rentabilidade e ainda assim enfrentar riscos de insolvência se o fluxo de caixa não for adequadamente gerenciado.
No S&OP e FP&A, onde as projeções de fluxo de caixa frequentemente ficam em segundo plano, é sempre importante reavaliar as prioridades para assegurar a estabilidade financeira. O fluxo de caixa precisa ser restaurado ao seu status real de “rei”, garantindo que as empresas possam sustentar suas operações e investir no futuro com confiança.
FONTE: Marcia Williams