Uma perspectiva abrangente e dinâmica sobre a Governança de stakeholders

A governança de stakeholders representa uma evolução significativa na gestão corporativa. Diferentemente da governança tradicional, centrada exclusivamente nos acionistas, este modelo considera um espectro mais amplo de partes interessadas, incluindo acionistas, funcionários, clientes, fornecedores, a comunidade local, reguladores e grupos de defesa do meio ambiente. Esta abordagem holística reconhece que as ações de uma instituição impactam e são impactadas por uma variedade de grupos.

Existem níveis de engajamento em Governança de stakeholders. São eles:

1) Criação de canais de escuta e transparência: Este é o nível inicial, onde se busca oferecer informações e criar espaços para a escuta ativa dos stakeholders, como pesquisas de satisfação e canais de sugestões. No entanto, este nível frequentemente não atinge um engajamento profundo, pois não necessariamente incorpora as demandas dessas partes interessadas.

2) Instâncias consultivas para avaliação de impacto: Aqui, a valorização das visões dos stakeholders é maior. Estruturas formais como conselhos e comitês são utilizadas para avaliar o impacto das decisões da instituição, envolvendo mais ativamente os stakeholders no processo.

3) Participação nas decisões: O nível mais avançado inclui a integração dos stakeholders nos processos decisórios, como por exemplo, por meio de assentos em conselhos deliberativos. Isso implica um compromisso da empresa em gerar não apenas retorno financeiro, mas também impacto socioambiental positivo.

Para implementar uma governança de stakeholders eficaz, é crucial reconhecer que estes não formam um grupo homogêneo e estão sujeitos a conflitos e contradições. Portanto, é necessário desenvolver uma visão crítica e estratégica sobre como engajá-los de forma efetiva e saudável.

A gestão de riscos e a conformidade são aspectos essenciais no desenho de uma governança de stakeholders. Isso envolve mapear os riscos associados a cada grupo de stakeholders e estabelecer estratégias para lidar com os diferentes perfis impactados.

Além disso, a inclusão de estratégias de engajamento deve estar ancorada em fundamentos jurídicos sólidos, como o alinhamento com qualificações jurídicas e a inclusão de cláusulas que vinculem o objeto social da empresa à geração de impacto positivo. Tais abordagens jurídicas garantem que as decisões tomadas sejam não apenas estratégicas, mas também legalmente vinculantes.

Lembre-se sempre: a governança de stakeholders é um modelo dinâmico e multifacetado que requer uma abordagem estratégica e integrada.

Fonte: IBGC

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