Na virada do ano, sempre fazemos aquelas “resoluções” para buscar mudanças positivas no próximo ano. O mesmo deve ser feito nos conselhos, que devem se perguntar quais as melhores formas de fortalecer o desempenho ESG de seus negócios.
O ESG, atualmente, está bastante ligado à reputação. Investidores, banqueiros e seguradoras aumentaram o foco na sigla, buscando a imagem de empregador responsável. Consequentemente, isso atrai e retém funcionários de talento. ONGs também estão dispostas a buscar o mesmo objetivo, assim como os governos estão mais interessados em cobrar das empresas o desempenho sobre mudança climática e direitos humanos.
Esse cenário se intensificou após novos compromissos acordados na COP26 em Glasgow, no ano passado. Novos regulamentos foram introduzidos e afetam empresas, independente de seu tamanho, por conta da cadeia de suprimentos. Também foram desenvolvidos relatórios relevantes.
Não podemos deixar de citar a pandemia da covid-19 como fator de reforço à responsabilização das empresas por questões ESG, reconhecendo que as organizações precisam se preocupar com a sociedade, uma vez que dependeram do apoio estatal para sobreviver à crise. Os eventos extremos de diversos continentes: incêndios florestais, alagamentos, furacões e tornados, por exemplo, trazem à tona a urgência de se preocupar com a questão climática.
A sustentabilidade já era o principal interesse de alguns fundos especializados, até então. Mas agora há um reconhecimento maior sobre o tema, que deve sempre ser abordado de forma severa. Tivemos a publicação do Guia Prático para Conselhos e Equipes de Liderança em Sustentabilidade recentemente, que destaca sete princípios de sustentabilidade que os conselhos devem seguir para alcançar o objetivo. Entre eles, temos:
● Ser guiado por propósitos
● Fornecer liderança
● Se guiar pelas partes interessadas
● Ter uma forte cultura organizacional de sustentabilidade
● Desenvolver abordagem de aprendizagem e abertura nos relatórios
É importante lembrar que existe um grande desafio em coletar informações confiáveis sobre sustentabilidade, e por isso os dados acabam sendo tratados com menor importância. Falhar em olhar para as mudanças climáticas e riscos de sustentabilidade faz com que o tema seja visto como um complemento, e não como parte integrante daquele negócio.
Para o público externo, a qualidade do relatório apresenta fortes indícios do quão a sério a sustentabilidade é levada por aquele conselho. Sempre verifique se as metas de sustentabilidade estão claramente definidas com o progresso, se são discutidos os desafios enfrentados, etc.
É fundamental que os membros do conselho “façam o que eles dizem”. Ao liderar um projeto de sustentabilidade, é preciso dedicar tempo suficiente a essas questões, garantindo estrutura de conselho ideal e a expertise necessária para lidar com elas.
Assim como nas resoluções de Ano Novo, sabemos que não é uma jornada fácil. Mas é uma oportunidade de garantir melhorias e de impulsionar as ações para trilhar o melhor caminho.
Fonte: Board Agenda
