Startups precisam de uma estratégia em ESG

Enquanto o mundo corporativo se concentra cada vez mais na implementação do capitalismo de stakeholders através de princípios ESG (ambientais, sociais e de governança), há de se questionar: seria a sigla também uma distração para baixa remuneração de profissionais e restrições em startups? Qual ordem seguir: construir o negócio primeiro e se preocupar com ESG depois, ou o contrário?

Vamos começar respondendo às perguntas: as startups têm uma vantagem sobre as empresas maiores, já que a base de ativos, produtos e cultura muitas vezes precisa ser desfeita para entrar em acordo com os princípios ESG. E as startups podem construir esses princípios desde o começo, sem que existam retrabalhos no futuro. Isso é feito de uma forma que acelera a busca de adequação do produto ao mercado, em vez de desviar a atenção dessa questão.

Fundadores que procuram iniciar sua jornada ESG devem começar com um propósito, pensando “o que o mundo perderia se a minha startup desaparecesse?”. Afinal, propósito é muito mais do que branding ou relações públicas. Uma vez que os profissionais da organização sintam que seu propósito pessoal pode ser vivido no trabalho, a chance de engajamento cresce em 4 vezes. Esse é mais um ponto em que as startups se beneficiam, por causa da proximidade com a paixão inicial para resolver uma questão no mundo.

ESG é diferente de propósito, mas o propósito sem o ESG não é mensurável nem estratégico. Para começar, fundadores devem mapear os principais riscos a serem evitados e gerenciados, como a privacidade de dados, por exemplo.

Dentro do E, em ESG, é recomendado que se comece estabelecendo uma meta de emissão zero de carbono e zero utilização de recursos naturais. Apenas 7% das startups tem um plano como esse hoje em dia, e é uma prioridade para os investidores que sofrem pressão regulatória por transparência nesse sentido. E os investidores não conseguem atingir metas climáticas sem que as empresas nas quais eles investem façam isso.

Já no S da sigla, recomenda-se a construção de um forte contrato social com os funcionários. Estabelecer uma cultura inclusiva, com apoio à saúde mental, é um excelente começo. E no G, vem a diversidade no conselho e regras sólidas de segurança de dados. Conselhos diversos são uma métrica visível que os investidores podem monitorar. Além disso, a diversidade do conselho está diretamente ligada a um desempenho empresarial mais forte.

Empresas com performance elevada em ESG são aquelas que aproveitam seguintes fontes de valor:

– Assumem menor risco
– Custo de capital e intervenção regulatória
– Atração e retenção de talentos

O caminho para desenvolver uma vantagem competitiva é incorporar Propósito e ESG no DNA da empresa desde o início.

Fonte: Harvard Business Review

Fale com o nosso especialista

e deixe sua pergunta.