O digital aproximando os serviços de saúde ao formato varejista

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A integração da tecnologia digital no setor de saúde tem sido uma revolução silenciosa, promovendo uma aproximação cada vez maior ao modelo de varejo.

Essa evolução reflete a crescente demanda por serviços de saúde que não só ofereçam conveniência, segurança e rapidez, mas que também sejam personalizados e integrados através de canais digitais para compra, pagamento, entrega e atendimento.

Clínicas de varejo não são uma novidade absoluta; surgiram nos Estados Unidos na década de 1970 como alternativas rápidas e acessíveis aos hospitais tradicionais. Localizadas em áreas de alta circulação, como supermercados e shopping centers, estas clínicas oferecem serviços de atenção primária e são conhecidas pela conveniência de não necessitar agendamentos, além de preços acessíveis. No Brasil, a expansão começou nos anos 2010, impulsionada pela crise econômica e a retração do mercado de planos de saúde.

Essas clínicas são fundamentais para aumentar o acesso a serviços de saúde, reduzindo a carga nos serviços públicos e promovendo a prevenção através de ações educativas. Sua presença ajuda a desafogar os hospitais, oferecendo uma alternativa de menor custo para cuidados primários e preventivos. Além disso, a flexibilidade e acessibilidade que oferecem vêm ao encontro das necessidades de uma população que busca soluções de saúde mais adaptadas ao ritmo contemporâneo de vida.

Gigantes do varejo como Amazon, Alibaba, CVS e Walgreens estão agora investindo de forma pesada no setor de saúde, cada um construindo seu próprio ecossistema de cuidados de saúde integrados:

Amazon: Ampliou sua presença no setor de saúde com serviços como o Amazon Healthlake, que utiliza aprendizado de máquina para analisar dados de saúde, e a Amazon Clinic, uma plataforma de cuidados virtuais. O RxPass é outro serviço inovador, oferecendo medicamentos genéricos por uma taxa mensal acessível.

Alibaba: Utiliza inteligência artificial através de sua subsidiária AliHealth para analisar imagens médicas e fornecer consultas online, além de gerenciar uma plataforma de comércio de produtos farmacêuticos.

Walgreens e CVS: Ambas as redes de farmácias têm implementado clínicas de varejo que oferecem desde diagnósticos rápidos até serviços de atenção primária integrados, aumentando a conveniência e a fidelização de clientes.

Walmart e Kroger: Enquanto o Walmart firma parcerias com redes de saúde para operar dentro de suas lojas, a Kroger foca na prevenção, combinando saúde e nutrição com serviços como o OptUp e Welsana, programas que incentivam escolhas alimentares saudáveis e a prevenção de doenças como diabetes.

No Brasil, iniciativas como a parceria entre o Grupo Pão de Açúcar e a Vibe Saúde, ou a aquisição da Medpass pelo Magalu, demonstram o potencial de crescimento deste modelo. Essas parcerias permitem a integração de consultas e serviços médicos básicos com plataformas de varejo já estabelecidas, aumentando o acesso a cuidados de saúde a preços mais acessíveis.

Embora as “clínicas de varejo” ofereçam muitas vantagens, elas enfrentam o desafio de não poder fornecer serviços de atenção secundária ou terciária, que requerem maior especialização e infraestrutura tecnológica. A integração dessas clínicas com sistemas de saúde mais amplos, através de mecanismos de referência e contrarreferência, é essencial para garantir a continuidade e a eficácia dos cuidados de saúde.

Todo esse movimento representa uma resposta direta às demandas contemporâneas por serviços de saúde mais rápidos, seguros, personalizados e, especialmente, mais integrados. As oportunidades para inovação e melhoria no cuidado ao paciente são vastas, e as clínicas de varejo estão na vanguarda dessa transformação.

Fonte: Edições MIT Sloan Review Brasil

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