Estratégias para escalar Digital Health

Como exemplo prático de saúde digital, temos o Robô Laura. A startup brasileira faz uso de algoritmos de inteligência artificial a fim de aprimorar a qualidade de atendimento recebida pelos pacientes e ao mesmo tempo, a entrega de uma visão 360º às equipes clínicas. Ativa desde 2016, a tecnologia da Laura já realizou mais de 12 milhões de atendimentos, reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar e ajudou a salvar cerca de 24 mil vidas.
Um grupo de especialistas em produtos farmacêuticos e digitais se uniu a Kal Patel, co-fundador da BrightInsight, para explorar estratégias de biofarma e adoção de saúde digital por pacientes e médicos. Com experiência em adoção digital em grandes empresas que fornecem desde produtos farmacêuticos até marketing digital, esses executivos reuniram informações e lições valiosas de sua jornada, em especial sobre a aceleração da adoção da tecnologia na saúde.

Dentre elas, afirmam que as parcerias são essenciais para alcançar o envolvimento do usuário final. Lançar um produto de saúde digital é diferente de lançar um medicamento. O digital prospera dentro de um ecossistema, e para criar esse ambiente, é fundamental a parceria com uma variedade de organizações, incluindo empresas de tecnologia, grupos de cuidados com pacientes, provedores e sistemas de saúde, sem esquecer de parceiros de integração que podem auxiliar na incorporação do fluxo de trabalho do médico.

Algo a ser considerado é a liberação de versões preliminares para grupos de cuidados com pacientes. Essas organizações têm o hábito de investir na experiência do usuário e nos resultados, e podem ajudar a moldar uma solução do mundo real. Envolvê-los desde o início dá ao público a oportunidade de testar a solução ou aplicativo digital, o que pode ser extremamente útil para obter casos de uso e insights humanizados. Funcionários internos podem também testar a solução de maneira eficaz, gerando também insights sobre o produto. Tais parcerias devem ser mantidas do início até o lançamento e comercialização. Os parceiros têm muito a contribuir, reunindo evidências de que a solução tem benefícios concretos para o atendimento – etapa crítica no momento de adoção por provedores e sistemas de saúde.

Aplicativos de marca podem facilitar a adesão interna, já que criar soluções digitais em torno de uma marca ou medicamento traz vários benefícios. O resultado disso é uma adesão mais fácil e até financiamentos, já que o valor do tratamento é ampliado, juntamente com a experiência do paciente. Para escalar comercialmente, as empresas devem gerenciar o digital como uma startup, estabelecendo métricas, financiamentos e ambientes separados para este empreendimento. A equipe, diante da mentalidade de desenvolvimento ágil, passa a focar em construir, medir, aprender e crescer.

Outra lição é a de demonstrar a proposta de valor para todas as partes interessadas. Cada uma dessas partes possui interesses diferentes na solução. Mostrar a cada grupo quais os benefícios que eles terão, ajuda na promoção da adoção. Pacientes estão preocupados em se sentir melhor e gerenciar a própria saúde com facilidade. Os provedores, em saber como isso ajudará a oferecer melhores cuidados, facilitar a tomada de decisões e melhorar os resultados. Os sistemas de saúde, por sua vez, precisam entender como a solução os auxiliará na redução de custos e melhora da eficiência.

Aqui é fundamental engajar os médicos. A recomendação de um provedor é a forma mais eficaz para que pacientes interajam com uma solução digital. Profissionais de saúde querem ver ensaios clínicos e dados de pesquisa para avaliar as experiências de usuário dos pacientes. Com o atendimento virtual cada vez mais comum, será essencial demonstrar o impacto da solução digital em visitas clínicas virtuais e presenciais.

Um bom caminho é mostrar aos stakeholders internos que a ferramenta digital pode ser um acelerador de mercado, fazendo com que pacientes apresentem melhor suas condições aos médicos, dando aos profissionais da saúde a oportunidade de agir mais cedo com novas terapias.

É recomendada também uma parceria com um pequeno centro acadêmico. Essas instituições podem estar mais abertas e ter mais processos de suporte para colaborar e dimensionar soluções de saúde digital. Os aprendizados da colaboração podem ser aplicados a sistemas de saúde maiores.

Busque departamentos dentro dos sistemas de saúde que desejem estabelecer parcerias e inovar em torno dos dados e da experiência do paciente. Centros de inovação em centros acadêmicos, como a Mayo Clinic e Cleveland Clinic, estão focados em explorar formas de melhorar a experiência do paciente e tornar os ensaios clínicos mais eficientes e acessíveis.

Jornadas digitais não costumam ser lineares e trazem consigo complexidades em torno do desenvolvimento, adoção e dimensionamento entre as partes interessadas. Observe onde a indústria farmacêutica já falhou em soluções digitais e tome esses erros como lição. Deixe o modelo de negócios, como B2B ou B2C, conduzir as decisões. A escolha de estratégias afetará o modo como a sua solução de saúde digital é comercializada.

Fonte: Forbes

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