Como presidir o conselho de forma mais eficaz

As demandas de diretores não executivos para garantir o cumprimento de regras que estão em constante evolução aumentaram de forma expressiva nas três últimas décadas. Isso porque a governança corporativa passou a ser parte de discussões públicas, o que envolve escândalos e cobertura massiva da mídia, além do acesso a informações pela internet.

Diretores não executivos agora enfrentam um contínuo crescimento da carga de trabalho e da pressão por resultados em curto prazo. Porém, a quantidade de tempo gasto na sala de reuniões continua a mesma: conselhos se reúnem, em média, 8 vezes por ano. Nessas ocasiões, discutem assuntos de compliance, questões contábeis, jurídicas e relacionadas a acionistas.

O atual foco dos conselhos tem sido questões de conformidade, para prevenir atos ilícitos corporativos e evitar a perda de valor e reputação para os acionistas. Ainda assim, não devemos esquecer da administração e da estratégia de longo prazo – fatores que podem também destruir o valor do acionista conforme empresas entram em uma espiral de declínio. Assim, os diretores não executivos passam a ser como “policiais corporativos”, e a preocupação em garantir o sucesso estratégico e de longo prazo da empresa aumentou ainda mais.

Para melhorar a eficácia dos conselhos, o ideal é investir mais tempo no planejamento de longo prazo e nas complexidades da entrega da estratégia, porque a pressão por resultados imediatos e mensuráveis é cada vez maior.

Conselhos que conseguem equilibrar com sucesso a sua administração e estratégia costumam contar com cadeiras excepcionais e investem tempo e energia para promover uma governança dinâmica, que se ajusta às necessidades com um pensamento estratégico e planejamento de sucessão apropriado. Essas cadeiras devem ter três características principais: sensibilidade contextual, engajamento por meio de argumentos, e capricho ao falar e promover mudanças.

Presidentes inteligentes são aqueles que reconhecem como responsabilidade da administração o desenvolvimento e a implementação da estratégia, enquanto o conselho examina propostas em longo prazo.

Embora a administração tenha o costume de definir as metas financeiras e os caminhos para alcançá-las, é o conselho que determina se a equipe está criando a estrutura de capital adequada. Assim, diretores precisam investir menos tempo em ganhos trimestrais e mais tempo em infraestrutura financeira – investigando o equilíbrio entre dívida e patrimônio, por exemplo.

Planejamentos estratégicos acordados devem ser reavaliados regularmente para que diretores e executivos consigam entender se surgiram fatores que exigem mudanças de prioridades. A reformulação de estratégias no longo prazo ocorre em várias reuniões do conselho: presidentes incentivam discussões abertas para extrair conhecimento e percepções sinceras dos membros.

Fonte: Board Agenda

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