Europa torna-se o maior mercado de carros elétricos do mundo, mas isso pode não durar.

A Europa tem comprado veículos elétricos em ritmo recorde e já ultrapassa a China, com o maior mercado de carros elétricos do mundo, à medida que consumidores são incentivados por subsídios governamentais e dezenas de novos carros e híbridos.

A participação europeia nas vendas globais de carros elétricos novos quase dobrou no ano passado, enquanto China e EUA perderam participação de mercado. Mas, vale ressaltar que o aumento da Europa depende fortemente dos incentivos do governo distribuídos durante a pandemia. Analistas alertam que o ímpeto pode se reverter quando esse apoio for retirado. A maioria dos subsídios do governo para veículos elétricos são limitados e devem expirar até o final do ano.

Sem esses subsídios, os carros elétricos são consideravelmente mais caros que os veículos de combustão, e é improvável que isso mude até o final da década em que vivemos, pois enquanto os preços das baterias caem, a competição aumenta.

Quando a pandemia atingiu a União Europeia, os governos que buscavam amortecer o impacto econômico passaram a direcionar ajuda às indústrias na linha de frente da batalha contra a mudança climática. Grande parte dessa assistência foi para consumidores comprarem veículos elétricos, criando aumento na demanda.

A medida mudou a percepção entre os líderes de que não havia um mercado para justificar os enormes investimentos necessários para construir carros elétricos. Fabricantes de automóveis passaram a lançar novos modelos no ano passado, inclusive fabricantes premium como a BMW, Mercedes e Audi.

Foram cerca de 65 novos modelos de carros elétricos lançados na Europa em 2020 – o dobro do lançado na China. Outros 99 estão programados para chegar ao mercado europeu este ano. Na América do Norte, a expectativa é de 64 novos modelos em 2021.

Os fabricantes afirmam que os incentivos e a explosão de novos modelos ocorreram no momento certo, impulsionando a oferta e a demanda. Os veículos elétricos com nomes de marcas familiares também são um grande atrativo nas vendas.

Na Europa, o aumento foi de 137%, superando a China com crescimento de 12% e os EUA com 4%.

A situação do mercado europeu é semelhante à da China anos atrás. Quando determinada a superar mercados ocidentais, Pequim ofereceu subsídios para as compras e exigiu que fabricantes garantissem que determinada porcentagem dos novos carros produzidos a cada ano fossem elétricos. Isso fez com que centenas de startups fossem abertas, houve aumento na participação de veículos elétricos para mais de 8% das vendas de carros novos em meados de 2019. Só que Pequim cortou os incentivos em junho daquele ano e as vendas despencaram, encerrando o ano com queda de 5% na participação de carros elétricos. Com a pandemia, essa queda se acentuou, levantando dúvidas sobre a capacidade de Pequim em atingir a meta de 20% das vendas de carros novos até 2025 serem elétricos.

O subsídio aos veículos elétricos foi restabelecido por Pequim no início do ano passado, mas novamente foi cortado. Na Europa, o benefício deve ser cortado no final do ano. Será que o mesmo resultado de Pequim acontecerá por lá?

Fonte: The Wall Street Journal

Equipe Técnica

Profissionais Multidisciplininares

Fale com o nosso especialista

e deixe sua pergunta.