Líderes corporativos que administram algumas das maiores empresas da Ucrânia precisaram recorrer a reservas de coragem e resiliência durante a guerra com a Rússia. Mas qual a psicologia ideal para atravessar cenários assim?
Para Maxim Timchenko, executivo-chefe da DTEK – uma das maiores empresas de energia da Ucrânia, o importante é ter pessoas que possam liderar departamentos em tempos de paz e de guerra.
Já John Rich, presidente executivo da MHP, empresa agrícola e uma das dez maiores da Ucrânia, acredita na aceitação de cenários desafiadores para se manter em condições de tomar decisões racionais.
Naturalmente, o mundo dos negócios já demanda líderes que se mantenham competentes sob pressão. Mas diante de uma guerra, é preciso ser ainda mais resiliente.
Uma das decisões a serem tomadas é bastante assustadora, inclusive: retornar aos escritórios nas zonas de conflito? Manter somente serviços essenciais?
Em momentos assim, líderes devem lutar para oferecer segurança e esperança, ter rápida tomada de decisões e saber o que priorizar. É preciso que sejam duros. Mesmo na pandemia, tivemos líderes que não sabiam como agir e se perderam no planejamento, esquecendo de se comunicar.
A reação dos líderes diante de uma crise é produto de três fatores: contexto, cultura da empresa e competência, de acordo com Chris Rowley, professor e especialista em liderança da Bayers Business School. Ele afirma também que tudo isso é reforçado pelo nível de conforto do líder com a incerteza, sua capacidade de engajar a equipe e de ser autêntico.
Todas essas habilidades podem ser natas ou adquiridas. É possível desenvolvê-las durante uma crise, mas é necessária ajuda de um grupo de apoio. E isso nos levanta uma questão: executivos-chefes não se fazem sozinhos. Não basta um CEO de qualidade, se a interação entre eles e as equipes não existir.
Fonte: Board Agenda