Mulheres ocupam cada vez mais cadeiras nos conselhos

Que a diversidade é cada vez mais um objetivo das empresas, nós já sabemos. Desde junho do ano passado, 145 empresas de S&P 500 contrataram pelo menos um diretor negro – ritmo acelerado em comparação com anos anteriores. Os dados são da Russell Reynolds Associates.

As nomeações de latinos nos conselhos quadruplicaram em relação ao ano anterior, e pela primeira vez, as mulheres são um terço das cadeiras no S&P 500.

A mudança expressiva ocorre após cotas polêmicas, semelhantes à regra proposta pela Nasdaq Inc. No final do ano passado, a bolsa anunciou um plano para exigir que empresas listadas tivessem ao menos uma mulher e um diretor sub-representados. Empresas sem essas características só poderiam permanecer na bolsa ao explicar a falta de diversidade com uma boa justificativa.

A proposta da Nasdaq deve ser aprovada até agosto deste ano pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Todas as empresas sediadas no estado da Califórnia devem atender aos mesmos requisitos a partir do final de 2021. Desde 1º de julho o Goldman Sachs Group Inc. recusou-se a aceitar empresas sem um certo nível de diversidade no conselho.

Críticos das cotas afirmam que a política reduz os padrões e dá vantagens injustas às pessoas com base em raça, etnia ou gênero. Porém, as empresas começaram a seguir a recomendação e o resultado foi que pessoas talentosas e gabaritadas se encaixam nas cotas.

Tradicionalmente, os conselhos são formados por amigos e familiares de fundadores, executivos e diretores. Esse padrão acabou mantendo a maioria masculina e branca, o que deve ser mudado se as empresas quiserem cumprir novos contratos.

Movimentos como o MeToo e os protestos Black Lives Matter trouxeram maior conscientização sobre a discriminação que mulheres e minorias enfrentam, e escancaram que o preconceito os mantém fora de posições de poder. O impulso pela diversidade do conselho ocorre para melhorar a governança, adicionando pensamentos diferentes à mesa.

O destino da regra do Nasdaq continua um mistério. A bolsa informou que obteve quase 85% de apoio para o plano entre os mais de 200 comentários enviados. Entre as notas de aprovação, estão as opiniões do diretor de operações do Facebook, por exemplo. O Congresso também estuda uma lei que exigiria das empresas a inclusão de diversidade do conselho nos registros regulatórios. Será que isso vai acontecer? Mesmo que não sejam aprovadas as medidas, a tendência é de mudanças na cara dos conselhos corporativos.

FONTE: BLOOMBERG

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