Como empresas tradicionais sobrevivem à era da disrupção digital

Como empresas tradicionais sobrevivem à era da disrupção digital

Como empresas tradicionais sobrevivem à era da disrupção digital

13 de dezembro de 2024

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Nos últimos anos, a narrativa de que startups tecnológicas estão destronando empresas tradicionais ganhou destaque. Exemplos como o impacto da Netflix sobre a Blockbuster ou da Amazon nos grandes varejistas são amplamente citados. No entanto, uma análise mais cuidadosa mostra que muitas empresas tradicionais continuam não só sobrevivendo, mas prosperando no mundo digital. O que essas empresas fazem para permanecer relevantes em um ambiente de mudanças rápidas?

A ideia de que empresas consolidadas estão fadadas ao fracasso diante da inovação tecnológica é simplista. Uma análise do Fortune 500 revelou que apenas 17 das empresas da lista atual não existiam há 25 anos. O restante é composto por corporações que se adaptaram às transformações sem necessariamente sucumbir à disrupção.

A cobertura da mídia tende a enfatizar os casos emblemáticos de startups que revolucionam indústrias inteiras, como Amazon e Google, alimentando o medo de que “nenhuma indústria está segura“. Contudo, a história mostra que setores como o bancário, que já foi considerado vulnerável à extinção, continuam resilientes.

Empresas tradicionais enfrentam a disrupção adotando diferentes abordagens, que variam entre ofensivas e defensivas.

Algumas empresas optam por combater a concorrência no mesmo campo. Um exemplo é o New York Times, que transformou sua presença digital em um modelo de negócios lucrativo, alcançando milhões de assinantes online. Esse tipo de estratégia exige investimentos significativos, mas pode garantir relevância em um novo contexto competitivo.

Outra abordagem proativa é explorar ativos que os novos competidores não conseguem igualar. Um exemplo clássico é a Disney, que, em vez de enfrentar diretamente a Netflix no início da era do streaming, investiu em conteúdo de alta qualidade adquirindo Marvel, Pixar e Lucasfilm. Ao longo do tempo, essa estratégia reforçou sua posição e permitiu que ela entrasse no mercado de streaming com um catálogo inigualável.

Nem todas as empresas têm os recursos para competir diretamente. Nesse caso, algumas escolhem consolidar sua posição em mercados de nicho. Bancos tradicionais, por exemplo, resistem à ameaça das fintechs focando em sua reputação de segurança e confiabilidade. Essa abordagem inclui fusões e lobbies regulatórios para limitar o impacto de novas tecnologias como blockchain.

Quando o mercado de uma empresa está desaparecendo, a melhor alternativa pode ser a reinvenção. No entanto, essa é uma estratégia difícil de executar. A Kodak, por exemplo, tentou migrar para outros mercados após o declínio da fotografia analógica, mas sem sucesso. Apesar disso, há casos raros em que empresas conseguem realocar seus recursos com eficácia para áreas de maior potencial.

Além dessas estratégias explícitas, muitas empresas estão realizando mudanças internas significativas, como simplificar processos, adotar métodos ágeis e se aproximar mais de seus clientes. Essas iniciativas raramente ganham manchetes, mas são cruciais para a sobrevivência de longo prazo.

Embora a disrupção tecnológica seja real, ela não é um destino inevitável para empresas estabelecidas. Combinando estratégias proativas e defensivas, essas organizações podem não apenas resistir, mas também prosperar em um cenário digital em constante evolução. A chave está em reconhecer seus pontos fortes, se adaptar de maneira inteligente e, acima de tudo, manter o foco nas necessidades do cliente.

FONTE: Havard Business Review 

Luciano Menegasso

Diretor de Estratégia

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Estratégia

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