Damodaran faz críticas polêmicas ao ESG

O professor Aswath Damodaran,  conhecido como autor de vários textos acadêmicos e práticos sobre avaliação, finanças corporativas e gestão de portfólio, fez recentemente uma crítica ao conceito de ESG. Ele tentou desconstruir oconsenso do mundo corporativo sobre adotar padrões ambientais, sociais e de governança nas empresas.

Prestigiado, Damodaran conta com o professor Oliviero-Roggi como co-autor, atuante no corpo docente da Fundação Dom Cabral, e professor-orientador de um dos sócios da C&S em tese de mestrado.

Entre as críticas polêmicas, o “papa do valuation” disse considerar o ESG o conceito mais exagerado da história do mundo dos negócios. Frederico Saraiva, especialista da C&S em planejamento financeiro e análises, destaca que Damodaran contribui em peso para a comunidade acadêmica e para o mercado financeiro.

Frederico também ressalta a importância de entendermos o significado do termo valuation, que refere-se ao processo de calcular o valor de um ativo.

Damodaran afirma que o motivo para tanto entusiasmo em torno do ESG é que ele gera lucro. Realmente, há setores do mercado que vivem da narrativa, mas não da prática de ESG. Mesmo assim, o tema gera cada vez mais lucro.

O professor comparou então os esforços ESG das empresas a uma tentativa de se tornarem igrejas. Ele disse que isso faria as organizações soarem bem, mas não praticarem o bem. Afirmou que o ESG pode ser uma tentativa de consumidores e legisladores de terceirizar obrigações que são deles.

Os consumidores buscam a conveniência ao comprar na Amazon, mas não querem a preocupação sobre a reciclagem do pacote que chega com a encomenda. Ou então, comprar em determinada loja sem se preocupar com a origem daqueles produtos. Então, a responsabilidade sobre fatores sustentáveis, sociais e ambientais é transmitida para as companhias.

Contudo, essa tese pode ser contraditória. Professor Damodaran não demonstra considerar os benefícios de escala que existem em ter as empresas como gatekeepers do processo produtivo. O consumidor não tem a informação e o tempo necessários para comprar produtos sustentáveis. Para ele, o ESG deveria vir por legislação, em vez de apostar num engajamento coletivo e espontâneo.

Fica a reflexão: Será que não podemos extrair nada de bom ao cobrar mais responsabilidade no mundo corporativo?

FONTE: braziljournal 

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