Sustentabilidade nos conselhos: urgência na atualização

Sustentabilidade nos conselhos: urgência na atualização

Sustentabilidade nos conselhos- urgência na atualização

2 de julho de 2024

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A crescente importância das questões de sustentabilidade nos conselhos e agendas corporativas é um fenômeno que não pode mais ser ignorado. No entanto, uma recente pesquisa realizada pelo Sustainability Board revela uma lacuna preocupante no entendimento dessas questões por parte de muitos diretores e líderes empresariais.

De acordo com a pesquisa, que entrevistou 57 executivos seniores e membros de conselhos, um terço dos líderes se sente “despreparado” em relação aos deveres dos diretores no que tange à sustentabilidade. Especificamente, 33% dos entrevistados afirmam não estar adequadamente equipados para entender como a sustentabilidade impacta suas responsabilidades diretas.

Não se trata de uma questão isolada. 44% dos respondentes indicaram que não se sentem preparados para lidar com dados e inteligência sobre temas de sustentabilidade, enquanto 40% expressaram falta de clareza sobre as iminentes regulamentações ESG (ambientais, sociais e de governança).

Este cenário é agravado pelo desenvolvimento significativo da regulamentação ESG, tanto na Europa quanto nos EUA. A União Europeia recentemente aprovou a Diretiva de Dever de Diligência em Sustentabilidade Corporativa (CSDDD), que obriga as empresas a realizar diligências em suas cadeias de suprimentos com relação aos riscos ambientais e de direitos humanos. Nos EUA, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) implementou novas regulamentações de relatório de riscos climáticos para empresas de Wall Street.

Esses avanços regulatórios são acompanhados por novas obrigações de relatório e disposições de responsabilidade por não conformidade, destacando a urgência de uma governança corporativa mais informada e proativa em relação à sustentabilidade.

Além disso, no Reino Unido, a incerteza sobre os deveres dos diretores tornou-se uma questão relevante, com campanhas como o Better Business Act chamando por uma reescrita da Seção 172 do Ato das Companhias, que define atualmente os deveres dos diretores. Essa clareza sobre os deveres reflete “o papel chave que os diretores desempenham na sociedade”, mas também é vista como uma parte importante do futuro econômico do Reino Unido.

Diante dessas necessidades, o Instituto de Diretores (IoD) do Reino Unido propôs uma “revisão fundamental” do relatório corporativo, sinalizando uma mudança do enfoque em dados financeiros históricos para uma ênfase crescente no impacto ambiental e nos stakeholders.

É imperativo que os conselhos corporativos se atualizem para enfrentar esses desafios. A adoção de melhores dados, aconselhamento de especialistas externos, benchmarks e estruturas de governança adequadas são passos essenciais para integrar a sustentabilidade nas responsabilidades centrais de supervisão.

Os conselhos que se capacitarem para governar organizações nesta era de expectativas e requisitos de sustentabilidade elevados não apenas cumprirão com suas obrigações legais e éticas, mas também se posicionarão como líderes em um cenário empresarial que valoriza cada vez mais a responsabilidade corporativa e a resiliência a longo prazo.

FONTE: Board Agenda

Samantha Feriani

Samantha Feriani

Secretária de Governança Corporativa

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