Os Executivos e as tarefas operacionais
Os Executivos e as tarefas operacionais
11 de outubro de 2024
O sucesso de um negócio depende não apenas da execução de tarefas operacionais, mas de uma visão estratégica que permita a escalabilidade e sustentabilidade.
Empreender é muitas vezes associado à capacidade de executar bem uma tarefa técnica, mas a verdade é que administrar um negócio vai muito além disso. O livro “O Mito do Empreendedor“, de Michael E. Gerber, aborda exatamente isso: muitos empresários falham ao não entenderem que, para o sucesso de longo prazo, é necessário se distanciar das atividades diárias e adotar uma perspectiva gerencial e estratégica.
O problema que muitos empreendedores enfrentam é a imersão nas atividades operacionais. Eles se veem tão envolvidos com as demandas do dia a dia que perdem de vista a criação de sistemas e processos que permitam a empresa funcionar sem a sua presença constante. Isso acontece porque muitos empresários começam seu negócio baseados em suas habilidades técnicas – como um padeiro que abre uma padaria – e acabam se tornando escravos da operação, incapazes de delegar funções ou enxergar o quadro geral do negócio.
Essa armadilha operacional é um desafio comum, não apenas para empreendedores, mas também para executivos que sobem na hierarquia sem uma visão clara sobre como liderar de forma abrangente. Quando os líderes se deixam consumir pelas tarefas do dia a dia, acabam perdendo o foco em questões estratégicas muito importantes para o crescimento da empresa, como inovação, expansão de mercado e otimização de processos.
Executivos bem-sucedidos compreendem que a gestão eficiente requer uma abordagem sistêmica, que vai além do gerenciamento de crises ou do cumprimento de prazos operacionais. Desenvolver uma visão holística do negócio envolve integrar todas as áreas da empresa – finanças, marketing, operações, tecnologia e recursos humanos – em uma perspectiva mais ampla. Essa integração permite entender como cada departamento influencia o desempenho geral e, ao mesmo tempo, identificar oportunidades de melhoria e crescimento.
Para alcançar essa visão estratégica, há algumas práticas essenciais
1) Conhecimento integral da empresa. Um executivo precisa ter uma compreensão profunda de todas as áreas funcionais da empresa. Isso não significa se tornar um especialista em todas, mas saber como cada uma contribui para o sucesso geral.
2) Promoção da comunicação interdepartamental. Estimular a comunicação aberta entre diferentes departamentos é fundamental para criar sinergias. Quando todos estão alinhados em torno dos objetivos organizacionais, o fluxo de trabalho é mais eficiente e os problemas são resolvidos de forma mais colaborativa.
3) Análise integrada de métricas. É comum que cada área analise suas métricas de forma isolada. No entanto, os executivos precisam olhar para o desempenho da empresa como um todo, entendendo como as diferentes métricas se interconectam e impactam o resultado global.
4) Atenção às tendências externas. Um executivo estratégico mantém um olhar atento sobre as mudanças do mercado, a concorrência e o cenário regulatório. Estar atualizado com essas variáveis permite ajustar a estratégia da empresa com antecedência, garantindo uma vantagem competitiva.
5) Desenvolvimento de uma mentalidade de sistema. Empresas são organismos complexos, com diversas partes interdependentes. Enxergá-las como um sistema ajuda a identificar gargalos, otimizar processos e garantir que as melhorias sejam implementadas de forma sustentável.
6) Fomento à inovação. Em um mercado dinâmico, a inovação contínua é essencial para manter a competitividade. Executivos que promovem a melhoria constante em processos e operações conseguem adaptar suas empresas a mudanças e, muitas vezes, liderar transformações em seus setores.
Embora seja importante entender o funcionamento interno do negócio, a liderança eficaz requer foco em estratégias de longo prazo. Para isso, delegar tarefas operacionais e empoderar equipes são ações essenciais. Quando os executivos se libertam das atividades diárias, podem se concentrar em direcionar a empresa para o futuro, tomando decisões informadas e assertivas que garantam crescimento sustentável.