Conselhos de Administração: Lidando com a Pressão e os Riscos
Conselhos de Administração: Lidando com a Pressão e os Riscos
5 de dezembro de 2024
A crescente pressão sobre conselhos de administração está mudando as prioridades e a atuação desses grupos de líderes. No cenário pós-COVID, onde crises geopolíticas, tecnologias emergentes como IA e riscos cibernéticos desafiam as organizações, conselhos globais, especialmente no Reino Unido, estão aumentando seu envolvimento operacional e redirecionando suas estratégias para melhor gerenciamento de riscos e engajamento com stakeholders.
Uma pesquisa da Heidrick & Struggles evidencia que os conselhos estão sendo influenciados de maneira mais significativa por diversos grupos, como reguladores e consumidores. Com 47% dos conselheiros do Reino Unido relatando aumento da influência dos reguladores, fica claro que esses agentes estão moldando a agenda corporativa, especialmente em setores críticos como o financeiro. Além disso, a força de trabalho e a liderança executiva ganharam relevância, com empresas revisando políticas e práticas para alinhar expectativas e ampliar a retenção de talentos.
A velocidade com que as tecnologias avançam, como a inteligência artificial, está elevando a importância de especialistas externos no conselho. No Reino Unido, 71% dos conselheiros indicaram aumento de tempo e recursos dedicados à compreensão dos impactos da IA e da cibersegurança. Esse foco reflete a necessidade de estratégias que unam inovação com governança responsável, assegurando que o uso dessas tecnologias seja seguro e ético, e minimizando potenciais vulnerabilidades cibernéticas.
Cada vez mais, os conselhos estão ultrapassando a linha entre supervisão e envolvimento operacional. Cerca de 74% dos conselheiros globalmente relatam maior participação em operações, em parte devido à necessidade de apoiar a equipe executiva em um ambiente de demandas complexas. Esse apoio é particularmente relevante em áreas onde o CEO pode não ter conhecimento técnico aprofundado, como IA e riscos ambientais. No entanto, essa proximidade com a gestão deve ser equilibrada para manter a eficácia e evitar conflitos de papéis entre conselheiros e executivos.
Há uma série de práticas que os conselhos podem adotar para responder aos desafios atuais, como: expansão da diversidade e inclusão, investimento em planejamento sucessório, e engajamento direto com funcionários.
Esse novo modelo de atuação dos conselhos aponta para um futuro onde a agilidade e a capacidade de adaptação se tornam diferenciais competitivos fundamentais, com conselheiros mais envolvidos em questões operacionais e estratégicas, além de um foco crescente em governança responsável e gestão de riscos emergentes.
FONTE: Board Agenda/