Nos últimos 10 anos, os departamentos financeiros reduziram os custos em quase 30%. O foco para a próxima década é alcançar níveis ainda mais altos de eficácia. A troca entre redução de custos e maior eficácia da função financeira é uma escolha incerta. Os principais departamentos financeiros são adeptos da criação de valor empresarial, demonstrando a administração de seus próprios gastos, reduzindo custos absolutos e deslocando o trabalho para atividades de maior valor agregado.
A McKinsey & Company, consultora americana, analisou as funções financeiras de centenas de empresas para entender como o custo e a eficácia evoluíram na última década. Ao observar as diferenças no setor, escala e presença geográfica, várias conclusões foram tiradas. E é sobre isso que falamos hoje.
As organizações financeiras estudadas reduziram, em média, 29% dos custos; um dos líderes financeiros alcançou uma melhoria de custos semelhante ao nível mostrado pelos desempenhos médios, o que é um feito impressionante, já que os líderes financeiros começaram com uma base de custos mais baixa; os líderes gastaram 19% mais tempo em atividades de valor agregado do que um departamento financeiro comum.
Mas o que as empresas podem fazer de diferente para alcançarem o mesmo patamar dos líderes financeiros? A pesquisa aponta quatro tópicos que devem ser considerados como urgência.
O primeiro é lançar uma rede mais ampla para novas oportunidades de eficiência, ultrapassando as atividades transacionais que têm sido o foco principal de atenção, e indo além.
Em segundo lugar, vem a urgência de aumentar o papel das finanças no gerenciamento de dados, seja consolidando, simplificando ou controlando o fluxo de informações que passa pela organização. Depois, vem fortalecer a tomada de decisões por meio da ampla adoção de técnicas de visualização de dados, análises avançadas e etc. E, por fim, reimaginar o modelo operacional financeiro para que ele promova novas habilidades e capacidades.
O cumprimento dessas quatro etapas já vai permitir que as empresas se juntem à elite da função financeira, reduzindo os custos de auditoria em porcentagens de dois dígitos, melhorando a qualidade dos dados, aprimorando equipes e permitindo que a função oriente melhores decisões em toda a empresa.
A proporção da melhoria variou entre os setores nos últimos dez anos, entre 15% a 35%, mas o declínio no custo dos departamentos financeiros é consistente em todos os setores. Os índices mais significativos foram os ganhos entre líderes financeiros, com crescimento de 26% – apesar de um ponto de partida mais enxuto, demonstrando o valor de continuar a focar na eficiência da função, independente dos ganhos anteriores.
Líderes financeiros se destacam ainda mais por dedicar mais tempo em atividades de valor agregado, como planejamento e análise financeira, planejamento estratégico, gerenciamento de risco operacional, definição de políticas, etc. Hoje, os líderes priorizam que a equipe financeira atue em atividades de valor agregado, e essa priorização permite o desenvolvimento de recursos mais profundos em áreas de valor agregado, criando um ciclo de feedback positivo, que pode resultar em vantagens ainda maiores no longo prazo.
Para que se alcance a próxima fronteira em eficiência financeira, os executivos devem mudar o pensamento das prioridades do passado. Esses quatro movimentos que citamos aqui são críticos para fornecer maiores insights em tempo real, reduzir erros e preconceitos humanos, acelerar os fluxos de trabalho e tomada de decisões.
Uma coisa é certa: líderes financeiros oferecem muito mais do que habilidades financeiras básicas. O trabalho deles orienta o funcionamento de toda a organização. Através dos quatro tópicos de urgência, a função financeira da próxima geração pode se pautar, ter novos insights, desempenho e recursos de planejamento que os líderes precisarão para tornar a tomada de decisões algo mais dinâmico na próxima década.
Fonte: McKinsey & Company
