Agenda ESG nas organizações e a liderança transformadora
Agenda ESG nas organizações e a liderança transformadora
29 de maio de 2024
O cenário empresarial está cada vez mais voltado para a sustentabilidade, e a liderança desempenha um papel crucial em promover e implementar efetivamente as práticas de ESG. A agenda sustentável, que abrange aspectos ambientais, sociais e de governança, tem se mostrado essencial para o desenvolvimento sustentável das empresas. Contudo, a eficácia com que essas práticas são adotadas depende significativamente do comprometimento e da abordagem estratégica das lideranças.
Um estudo da consultoria norte-americana Russell Reynolds Associates destaca que as empresas cujos líderes de sustentabilidade estão mais próximos do CEO tendem a avançar mais rapidamente nas iniciativas ESG. Essa proximidade facilita uma comunicação direta e eficiente, permitindo que as estratégias de sustentabilidade sejam integradas no cerne das operações empresariais. No entanto, apenas 20% dos Chief Sustainability Officers (CSOs) têm a oportunidade de reportar diretamente aos CEOs, o que pode retardar o progresso das iniciativas de sustentabilidade.
No Brasil, uma pesquisa realizada pela Data-Makers com 170 CEOs e executivos C-level de diversas empresas revelou que, embora 94% dos entrevistados considerem o ESG extremamente importante para o futuro dos negócios, apenas 16% afirmam ter um conhecimento profundo sobre o assunto. A maioria dos líderes possui apenas um conhecimento razoável, o que sugere uma lacuna significativa na compreensão e na capacidade de implementar efetivamente a agenda ESG.
Os principais desafios identificados incluem a falta de conhecimento aprofundado e o comprometimento insuficiente da liderança. Muitos líderes ainda buscam resultados imediatos, influenciados por vezes pela pressão de investidores com foco de curto prazo. Apesar desses obstáculos, os motivos para integrar a agenda ESG na gestão corporativa são claros e incluem a melhoria da imagem da marca, a reputação corporativa, a gestão empresarial mais eficiente, a redução de riscos e a retenção de talentos.
O estudo também apontou que em 49% das empresas, a tomada de decisão sobre ESG está concentrada na figura do CEO, enquanto em 21% das organizações, o conselho de administração desempenha esse papel. Somente em 15% das empresas existe um comitê interdisciplinar ou uma área dedicada ao tema, indicando que a abordagem ainda é bastante centralizada.
Diante desses desafios, é fundamental que as lideranças adotem uma abordagem top-down para acelerar a maturidade em ESG. Isso implica abraçar a agenda ESG de forma estratégica e holística, estabelecer metas claras, métricas e planos de ação específicos. Além disso, desenvolver uma cultura organizacional robusta voltada para a sustentabilidade e investir na educação e capacitação sobre o tema são passos essenciais.
Para que as empresas prosperem em um mercado global cada vez mais consciente e exigente, é imprescindível que as lideranças estejam à frente, não somente adotando, mas também promovendo ativamente as práticas ESG como um componente central de suas estratégias de negócios.
FONTE: MIT Sloan Review