A evolução da relação entre CEOs e Conselhos de Administração

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14 de novembro de 2023

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A dinâmica entre CEOs (Chief Executive Officers) e conselhos de administração tem passado por uma transformação notável, revelando uma proximidade cada vez maior, mas também desafios que precisam ser superados. Uma pesquisa recente intitulada “Fotografia da relação entre CEOs e conselhos”, realizada com 97 CEOs, destaca essa mudança e identifica áreas onde melhorias são necessárias.

Um dos aspectos mais marcantes da pesquisa é a crescente interferência dos conselhos no cotidiano das empresas, algo que vem sendo observado nos últimos anos. Os CEOs apontam que os conselhos estão solicitando mais informações, o que consome uma parcela significativa do tempo dos líderes empresariais. Isso é particularmente comum em empresas onde os conselhos têm uma história mais recente ou passaram por mudanças em sua composição.

O estudo também analisou a contribuição dos conselhos para a gestão das empresas. Tópicos como finanças, governança, fiscalização e clareza do papel social foram destacados como áreas em que os conselhos têm sido mais eficazes. No entanto, questões relacionadas a negócios, estratégia, inovação e tecnologia foram identificadas como áreas que precisam de aprimoramento. Essa lacuna pode ser atribuída à composição dos conselhos, frequentemente dominada por especialistas em finanças, quando, na realidade, um olhar diversificado e voltado para o futuro é essencial em um mundo em constante transformação.

Também foi examinada a clareza nas diretrizes fornecidas pelos conselhos. Empresas com múltiplos acionistas ou gerações diferentes dentro da mesma família empresarial enfrentam desafios na gestão de divergências entre os membros do conselho, o que pode afetar a empresa. No entanto, mais da metade dos respondentes classificaram as diretrizes como satisfatórias ou excelentes.

Um dos aspectos mais positivos da pesquisa foi a qualidade da relação entre CEOs e conselhos. Itens como confiança, respeito, comprometimento, apoio, coesão e abertura para ouvir foram avaliados positivamente por quase todos os participantes.

A pesquisa revela que 48,4% dos respondentes acreditam que os conselhos contribuem em várias áreas, mas ainda têm espaço para melhorias. Ao mesmo tempo, 32% afirmam que os conselhos contribuem efetivamente com a estratégia e diretrizes claras, enquanto 19,6% consideram que o papel dos conselhos é mais voltado para a fiscalização do que para a estratégia.

A pesquisa também analisou o funcionamento dos comitês nas empresas pesquisadas. A maioria possui comitês de finanças, mas uma porcentagem significativa não possui comitês de sustentabilidade.

Um ponto interessante levantado é a possibilidade de avaliações independentes dos conselhos por terceiros ou entidades independentes. Atualmente, muitos conselhos realizam autoavaliações, mas uma avaliação externa poderia fornecer uma perspectiva mais objetiva e crítica.

Essas descobertas podem guiar empresas e conselhos na busca por uma colaboração mais eficaz e alinhada com os desafios do cenário empresarial atual.

Fonte: Valor Econômico

Daniel Capovilla

Gerente de Controladoria

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