O fator cultural costuma ser subestimado no sucesso de fusões e aquisições, quando na verdade deveria ser a primeira coisa a ser levada em consideração. A cultura é o DNA da empresa, e muitas vezes é difícil e leva tempo para ser mudada.
A cultura é um dos principais motivos para que funcionários permaneçam numa companhia por longos anos – é o que define se vão amar o local de trabalho ou se sentir orgulhosos do papel desempenhado.
Apesar disso tudo, a cultura da empresa ainda é pouco discutida durante negociações de fusões e aquisições. E quando em pauta, ocorrem erros no momento de aproximar as duas culturas das empresas em questão.
Uma das falhas mais comuns ao examinar a cultura de uma empresa e avaliar sua adequação para o processo de fusões e aquisições é que os diretores buscam uma correspondência exata. Além de ser inatingível, mesmo que fosse possível, não seria benéfico para nenhuma das partes. As diferenças culturais e operacionais podem contribuir muito para as companhias, já que a diversidade de pensamento e abordagem permite a evolução, crescimento e prosperidade.
Nesse processo, é essencial que diretores dediquem tempo a conhecer a cultura da outra empresa – isso antes mesmo de iniciar as negociações e compartilhar informações financeiras. Essa etapa deve ser iniciada meses ou até anos antes da fusão.
As perguntas-chave para avaliar a cultura devem ser baseadas em temas como revisão salarial, benefícios dos funcionários, valores, atitudes, e abordagem para resolução de problemas.
As respostas vão ajudar na percepção sobre o alinhamento entre as culturas para que exista uma fusão ou aquisição bem-sucedida, além de permitir a criação de uma lista de pontos de discussão antes das negociações se iniciarem.
Os valores, atitudes e pilares serão incorporados pelas empresas, criando uma união entre elas e compondo a infraestrutura invisível do grupo. Aqui, é vital observar de que forma esses valores são adquiridos em toda a organização.
Toda essa visibilidade e comunicação cria um ambiente aberto e transparente. E assim, se constrói naturalmente a confiança. A cultura de uma empresa é sua força vital, capaz de acabar com uma fusão ou aquisição. O fator cultural pode ser entregue de diferentes maneiras, mas deve haver vertentes coesas e padronizadas para que todos os escritórios usufruam dos benefícios da diversidade e da liberdade, conforme a empresa se une em uma identidade compartilhada distinta.
Fonte: Board Agenda