IA generativa e as ações por parte dos conselhos de administração

IA generativa e as ações por parte dos conselhos de administração

IA generativa e as ações por parte dos conselhos de administração

18 de junho de 2024

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A IA generativa, cada vez mais impõe desafios às estruturas de Governança Corporativa, colocando em relevo problemas e oportunidades de grande magnitude.

Essas tecnologias, capazes de produzir textos, imagens e arte em instantes, não só impulsionam a criatividade e produtividade organizacional, mas também apresentam riscos significativos de disseminação de desinformação em massa.

O ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, serve como um exemplo emblemático dessa dualidade. Sua capacidade de gerar notícias plausíveis e ensaios acadêmicos é notável, mas também há riscos associados à fabricação de dados e comentários falsos que podem ser inadvertidamente aceitos como fatos. Em março de 2023, uma falha de segurança expôs os títulos de conversas de usuários do ChatGPT que não eram deles, evidenciando as vulnerabilidades associadas ao armazenamento de dados em plataformas de IA.

A gravidade dessa falha foi tão significativa que resultou na proibição temporária do ChatGPT na Itália.

Esses incidentes ressaltam a crescente complexidade que a IA introduz no ambiente corporativo, obrigando diretores e conselhos a se engajarem mais profundamente com as tecnologias digitais. Diante desse cenário, surge uma questão chave: o que os conselhos devem compreender e implementar em relação à IA generativa?

Os conselhos de administração enfrentam o desafio de integrar a IA de maneira estratégica e responsável. É imperativo definir e adotar um plano de ação claro e responsável que incorpore a IA na estratégia e no modelo de negócios da organização. Isso inclui o reconhecimento dos benefícios potenciais da IA, como tomadas de decisão mais rápidas, melhor manejo de múltiplas entradas de dados, redução de custos e ganhos de eficiência.

Contudo, é essencial que os membros do conselho também reconheçam e estabeleçam controles robustos para mitigar os riscos associados à IA. A desinformação é uma das principais preocupações, pois mesmo quando ferramentas como o ChatGPT fornecem informações incorretas, muitos usuários podem aceitá-las como corretas.

Os conselhos de administração devem adotar uma abordagem disciplinada e baseada em evidências para a geração e implementação de estratégias relacionadas à IA. Isso inclui 4 etapas:

  1. Analisar e proporcionar clareza sobre como a tecnologia pode oferecer avanços claros, a que custo e como isso pode diferenciar a organização frente aos concorrentes;
  2. Considerar os riscos associados à adoção ou rejeição da tecnologia. Quais vulnerabilidades podem comprometer a organização;
  3. Avaliar em que medida o ganho ou dano reputacional pode surgir através do uso ou falta de implementação da IA;
  4. Equilibrar o valor obtido com a adoção da tecnologia, considerando a análise de vantagem competitiva, risco e reputação.

Esses elementos não são novos, mas é muito importante que o conselho busque evidências confiáveis para fundamentar suas decisões. Isso envolve não apenas a alta direção, mas também o gerenciamento geral, que é fundamental para garantir a coesão operacional e o cumprimento das metas.

A responsabilidade primária do conselho é oferecer uma supervisão significativa dos ativos sob seu cuidado. Isso não requer que os diretores sejam especialistas em tecnologias generativas ou outras áreas emergentes como sustentabilidade ou responsabilidade ambiental, mas que estejam profundamente conscientes dos efeitos das inovações.

A integração de conselhos mais informados e uma fiscalização disciplinada das inovações permitirão que as organizações adotem novas tecnologias como o ChatGPT, blockchain e outras, de forma segura, protegidas de seus usos ilegítimos.

 

FONTE: Board Agenda

Samantha Feriani

Samantha Feriani

Secretária de Governança Corporativa

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Governança Corporativa

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