Rivalidade no mercado tecnológico beneficia consumidores e usuários

A indústria tecnológica, agora entrando em uma fase dinâmica, afasta-se cada vez mais de ser um mercado de monopólios. Nos EUA, por exemplo, mercados digitais tornam-se cada vez mais próximos de oligopólios, onde grandes empresas de tecnologia lutam por clientes e dados. Isso é evidenciado por confrontos como Apple X Facebook, que lutam entre si pelo controle de privacidade dos usuários do iPhone. Na Ásia, grupos digitais brigam contra isso.

A onda de destruição criativa costumava acontecer com força no Vale do Silício. Porém, recentemente os gigantes se abraçaram: Apple e Microsoft com mais de 40 anos, Alphabet e Amazon com mais de 20, Facebook com 17 anos. Todos exibem propriedades de pesquisa, mídia social, publicidade, e-commerce, streaming, entrega e pagamentos. Ao alcançar a supremacia na área escolhida, as empresas de tecnologia – em especial as grandes, mostram pouco interesse em competir diretamente umas com as outras, isso na última década. No Microsoft Bing, as três pesquisas mais comuns são Facebook, YouTube e Google.

As empresas de tecnologia obtiveram lucro impressionante em 2020, e investidores apostam que a situação deve ser cada vez melhor. Os cinco gigantes americanos têm valor de mercado de US$ 7,6 trilhões. Ao olhar de perto, conseguimos observar mudanças: os operadores históricos não estão diminuindo, e mantém participação média estável. Mas a participação das demais empresas aumentou de 18% para 26% desde 2015.

Os grandes estão se diversificando conforme os principais produtos amadurecem, surgem novas oportunidades tecnológicas e as ameaças regulatórias aumentam. A parcela das receitas dos cinco gigantes americanos aumentou de 22% para 38% desde 2015. Microsoft e Alphabet enfrentam a Amazon na nuvem. E a Amazon, claro, é uma força crescente na publicidade digital.

Outro exemplo relevante é o da Disney, que aos 98 anos conquistou 116 milhões de novos clientes de streaming, isso no período de 18 meses. Enquanto isso, o Walmart, com 58 anos, registrou US$ 38 bilhões em vendas online no ano passado. A PayPal também superou o sucesso graças ao crescimento digital causado pela pandemia, gerando lucro suficiente para ser autossustentável.

A competição pode parecer apenas um tópico, mas é um precedente que leva empresas a mudanças de participação de mercado, margens mais baixas e inovação. As empresas e serviços buscam a expansão por meio da diversificação, mesmo que isso signifique esbarrar nos concorrentes. As empresas chegam até a criar vínculos. A Alphabet paga para a Apple até US$ 12 bilhões por ano para que o Google seja o mecanismo de busca padrão do iPhone. Só que agora esses pagamentos estão sujeitos a uma ação judicial do Departamento de Justiça, enquanto Apple e Google enfrentam reclamações sobre as lojas de aplicativos. A Europa, inclusive, planeja regras para que produtos de diferentes empresas trabalhem juntos e ajudem usuários a movimentarem dados.

Falando em expectativas, a Disney espera ter 325 milhões de assinantes até 2024. O PayPal pretende ter 750 milhões de usuários no aplicativo financeiro até 2025, e o Walmart comprou uma empresa de publicidade. O Facebook começou a ingressar no comércio eletrônico, a Microsoft considera comprar duas empresas de mídia social: TikTok e Pinterest.

Isso tudo pode beneficiar e muito os consumidores, que passam a ter mais opções de provedores de serviços, o que eleva os padrões quando as empresas tentam inovar e se diferenciar pela confiança. No ano 2000, não se falava em tecnologia destinada ao monopólio. Hoje, não se sabe se o padrão emergente de rivalidade vai durar, mas as condições são muito promissoras.

Fonte: The Economist

Equipe Técnica

Profissionais Multidisciplininares

Fale com o nosso especialista

e deixe sua pergunta.