Conforme conversamos no episódio anterior do Cenário Relevante, o presidente norte-americano Joe Biden prometeu reduzir as emissões de gases de efeito estufa do país na próxima década.
Contudo, a promessa é ambiciosa e com poucos detalhes. Especialistas afirmam que o sucesso do plano exigiria mudanças rápidas e abrangentes, em quase todos os campos econômicos do país, transformando a forma de vida dos americanos quanto a transporte, operações de fábricas, e até aquecimento das residências.
Estudos recentes explicaram como seria a futura América do Norte se a meta de Biden fosse atingida, com corte de emissões que causam o aquecimento do planeta em pelo menos 50% abaixo dos níveis de 2005 até 2030,
Os estudos sugerem que até o final da década, mais da metade dos carros novos vendidos nas concessionárias precisariam ser elétricos, e não movidos a gasolina. As usinas movidas a carvão precisariam ser fechadas em grande maioria, e as florestas precisariam ser multiplicadas. Além disso, seria necessário quadruplicar o número de turbinas eólicas e painéis solares.
Em teoria, tudo isso é possível, mas é um enorme desafio na prática. Para chegar lá, o governo Biden deve implementar novas políticas federais, que podem enfrentar obstáculos no Congresso ou nos tribunais. Formuladores de políticas teriam de ser cautelosos ao elaborar medidas que não causem sérios danos econômicos, como desemprego em massa e preço da energia elevado, fatores que podem levar ao retrocesso.
Além das mudanças citadas, para que o plano funcione também seria preciso que todos os novos edifícios fossem aquecidos por eletricidade em vez de gás natural, e as indústrias de cimento, aço e química do país adotariam novas e rigorosas metas de eficiência energética.
Produtores de petróleo e gás precisariam reduzir em 60% as emissões de metano, um gás potente que retém o calor.
Multiplicadas, as florestas do país se expandiriam e as práticas agrícolas poderiam ser reformuladas, retirando 20% mais dióxido de carbono do ar do que atualmente.
Você consegue imaginar uma América assim?
Fonte: NY Times
