Qual seria a estratégia de Elon Musk?

Se olharmos para as diversas empresas de Elon Musk, é possível identificar temas comuns entre elas. Conseguimos observar que há três áreas: o que se encaixa na visão dele de problemas a serem resolvidos, como Musk projeta uma organização para solucionar essas questões, e porque ele consegue mobilizar recursos de forma tão eficaz para aquelas soluções.

Elon Musk procura por problemas que exigem escala de navegação e complexidade para serem solucionados – e talvez essa seja sua grande estratégia. Mas será que ele tem mesmo uma?

Recentemente houve uma movimentação por parte do empresário, que indicava a compra do Twitter – o que não ocorreu. Mas, durante esse período de especulação, muitos se perguntavam o que Musk estava planejando, qual era o motivo da suposta compra, e o que aconteceria a partir de então. Seguidores gostariam de entender o que se passa na cabeça do empresário, para saber se havia uma estratégia ou se trava-se de um improviso.

Fato é que todos temos muito a aprender com os negócios de Musk – no bom e no mau sentido. Tesla e SpaceX, por exemplo, trazem consigo estratégias para inovação, tecnologia e crescimento.

As estratégias mais eficazes costumam ser aquelas construídas a partir de uma visão ousada e clara do futuro – o que dá ao negócio um propósito. Cada empresa de Elon Musk tem seu próprio senso de ousadia e clareza. Na Tesla, por exemplo, é “acelerar a transição do mundo para a energia sustentável” e a da SpaceX é “tornar a humanidade interplanetária”.

Como disse no início, Musk parece sentir atração por problemas que envolvem escala de navegação. Isso significa que ele seleciona questões que só podem ser resolvidos com o comprometimento de investimentos maciços de custo fixo, como as fábricas gigantescas da Tesla – que contam com produção em massa de veículos elétricos a custas viáveis para um amplo mercado comercial que requer escala massiva.

Superar grande complexidade também é algo que parece dar prazer ao empresário. Construir foguetes reutilizáveis, como ele busca fazer na SpaceX, é algo extremamente difícil. São questões com um claro potencial para vantagem competitiva sustentável, caso se torne possível solucioná-las.

Buscar soluções para grandes problemas pode ser algo motivador para uma empresa, incentivando os funcionários a alcançarem resultados incrivelmente ambiciosos. Mas por outro lado, são objetivos intimidadores – parecem tão difíceis que dão a sensação de que não vale a pena tentar. Mas Musk está disposto a ir atrás disso, e seus colaboradores estão cientes de que tentam alcançar metas praticamente impossíveis.

Enfrentar problemas de alta escala e alta complexidade traz consigo seus próprios desafios, como acidentes de percurso e a falta de persistência. Não é tão simples traçar previsões precisas quando se trata de algo praticamente impossível de atingir, e por isso os erros pelo caminho podem ser muitos. Além disso, é preciso muita persistência para que se alcance o objetivo buscado.

Lançar um novo ecossistema também apresenta o desafio de ofertas complementares, pois não há fornecedores para tudo o que você precisa e é preciso desenvolver insumos. Dificilmente um empreendedor vai querer apostar em uma tecnologia que ainda não existe no mercado, ainda mais em tempos de crise.

Talvez nunca sejam reveladas as verdadeiras estratégias de Musk, mas aqui temos uma boa ideia do que podem ser. O importante é identificar as lições que o empresário nos dá, mas lembrar que muitos investidores perderam dinheiro ao seguir líderes inspiradores, mas que falharam na entrega e com uma lógica que não ficou clara. A diferença entre a genialidade e a insanidade é obscura até que seja tarde demais. Mas Elon Musk já alcançou grandes feitos e atingiu objetivos que todos pensavam ser impossíveis, tudo isso através de sua própria estratégia audaciosa.

Fonte: Harvard Business Review

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