Quais os caminhos para que a família empresária estruture sua governança?

Quais os caminhos para que a família empresária estruture sua governança? Foi sobre isso que o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) debateu no fórum temático de Empresas Familiares 2022, realizado recentemente.

Antonio e Marcos Koch, executivos familiares do Grupo Koch, responderam essa pergunta. De acordo com eles, as empresas familiares experienciam ciclos naturais: viram estatística diante da dificuldade de perpetuação, ou podem decidir ir ao mercado e serem vendidas, ou então podem estar dispostas a passar pelo processo de sucessão. Essa última opção foi a escolhida pelo Grupo Koch.

Sabemos que o processo sucessório apresenta diversos desafios, como planejamento estratégico da companhia, procrastinação na formação dos possíveis sucessores, dificuldade em lidar com a perda de poder do fundador, sem falar nas diferenças culturais e de valores entre as gerações.

Entre esses e tantos outros obstáculos, o Grupo Koch desenvolveu uma estrutura de governança corporativa e familiar para evitar tais dificuldades. Cada acionista possui uma holding, interligada à holding detentora da empresa. O conselho de acionistas é visto como o coração da empresa – formado por cinco acionistas que direcionam os demais fóruns de governança. Esse coração também responde pelo Acordo de Acionistas, Auditorias Independentes que acontecem a cada 10 anos, e decide também pela utilização de Comitês Temporários em casos específicos.

A família Koch adotou critérios sobre o Acordo de Acionistas, como eleição do CEO e dos conselheiros, a remuneração do CEO e dos acionistas, participação nos lucros da empresa, regime de casamento dos herdeiros, incentivo à formação, etc.

A governança do grupo foi estruturada com um conselho de administração em 2018. Até então, havia um conselho consultivo. Há um planejamento estratégico que direciona a gestão entre executivos e acionistas, e deve ser respondida pelos executivos através da gestão por indicadores.

Já o conselho de família, existe desde 2016 dentro do grupo Koch. Os principais objetivos nesse âmbito são a integração familiar, preparação de sucessores, manutenção da cultura e valores da família. A estrutura garante o alinhamento de propósito entre todos os envolvidos.

Para Antonio e Marcos Koch, o maior patrimônio do grupo é a união da família, que reflete nos negócios. Eles acreditam que brigas desmotivam e tiram o foco dos negócios, e aconselham que seja feita uma organização para que nada afete o trabalho, definindo acordos e regras em momentos de paz na família.

O exemplo deixado pelo Grupo Koch é de uma empresa com os pilares família, gestão e propriedade muito bem trabalhados, e é um caso que pode servir de exemplo para que outras empresas familiares se espelhem.

Fonte: IBGC

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