Pense maior em 2022

Um dos fatores mais positivos do Ano Novo é o sentimento de renovação e esperança. É nessa época do ano que fazemos promessas, traçamos metas e nos planejamos para alcançar nossos objetivos. Tudo bem que, diversas vezes, colocamos metas impossíveis, que nunca são cumpridas – como perder peso e se exercitar, e atribuímos isso à falta de vontade. Em janeiro estamos super dispostos a mudar. Em fevereiro, já vamos nos cansando… e em março voltamos aos velhos hábitos.

Uma boa maneira de mudar esse comportamento é encarar o real motivo das nossas resoluções terem falhado anteriormente. E alcançar nossos objetivos vai muito além da nossa força de vontade. É fundamental o planejamento.

Por exemplo, para perder gordura e fortalecer os músculos, devemos seguir um programa de exercícios para o corpo todo. Isso também se aplica a qualquer outra mudança individual, organizacional e social. A mudança de sistemas requer um plano estratégico.

Pensando de forma individual, imagine um cenário em que você precisa perder 20kg. Para isso, deverá comer menos, o que significa mudar hábitos alimentares e ter alimentos saudáveis e saborosos de prontidão. O que te leva a planejar suas refeições semanalmente, arranjar tempo para cozinhar com antecedência, etc.

Para que você tenha tempo para cozinhar, precisará liberar uma parte do seu domingo, abrindo mão de algumas atividades. Mudar esses padrões afetará sua família e colegas, exigindo que se adaptem e se ajustem aos seus novos hábitos.

Outra situação que podemos colocar de exemplo aqui é reestabelecer um relacionamento com alguém. Seja amigo ou membro da família, alguém com quem você teve um desentendimento e perdeu o contato. Será preciso se dedicar a isso, já que enviar um email ou fazer um telefonema provavelmente não será suficiente. Pergunte a si mesmo quais os motivos que levaram esse relacionamento a acabar, quais atitudes você teve que contribuíram para o desgaste, e o que precisa ser feito para que a pessoa te perdoe e vocês voltem a se entender.

Agora coloque esse processo em nível nacional. Hoje em dia enfrentamos desafios como a polarização e a divisão social. O grupo de pesquisa More in Common informou recentemente que menos de 1 em cada 4 americanos acredita que o governo federal, as empresas americanas e a mídia nacional são honestas. E o pior: as pessoas desconfiam umas das outras.

Temos a tendência de focar em discussões sobre questões específicas, como leis de armamento, política de imigração e o aborto, por exemplo. Mas mudanças duradouras nos Estados Unidos devem ser mais profundas do que os esforços para reformas políticas individuais. Isso exige que a maioria da população americana acredite ter mais semelhanças do que diferenças entre os indivíduos. Para isso, é necessário um acerto de contas fundamental com quem são e foram como nação.

Americanos brancos que veem a narrativa tradicional dos primeiros imigrantes, mesmo que as famílias tenham ido para os EUA em circunstâncias muito diferentes, terão que enxergar a experiência de escravização, genocídio, violência doméstica, cidadania de segunda classe e extorsão como parte da história americana, e identificar as formas que essas desigualdades se manifestam hoje em dia.

É preciso ser honesto sobre o passado e, através da coragem, avaliar, honrar, curar e reparar. Mudanças pessoais e políticas são processos diferentes, e mudam de acordo com as pessoas e as políticas envolvidas. Mas os dois exigem identificação de grandes objetivos de longo prazo e etapas menores e imediatas permitem que o sucesso chegue. Mudar os livros que lemos, fontes que confiamos, comunidades que participamos, etc, podem ser boas maneiras de fazer isso.

Uma forma de enfrentar a polarização no nível individual pode ser tentar recuperar identidades plurais. Em vez da população se dividir entre eleitores de partido amarelo ou partido azul, pode-se encontrar canais de conexão entre mães, pais, fãs de esportes, amantes do cinema, etc. Podemos mudar nossos hábitos de comunicação, com a meta de fazer perguntas em vez de fazer declarações e realmente ouvir as respostas. Durante discussões mais quentes, podemos perguntar a outra pessoa qual tipo de evidência a convenceria, e essa pergunta também pode ser feita para nós mesmos.

O principal conselho é escolher uma mudança que lhe dê esperança e orgulho. Encontre um grupo que trabalhe com o mesmo propósito e junte-se a ele. Assim, descobrirá o que mais precisa mudar em sua vida para que suas resoluções de ano novo se realizem.

Fonte: The New York Times

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