OKRs no direcionamento de prioridades estratégicas

O Stitch Fix é um serviço de estilo pessoal on-line nos Estados Unidos, que usa algoritmos de recomendação e ciência de dados para personalizar itens de vestuário com base no tamanho, orçamento e estilo. A empresa foi fundada em 2011 e teve uma oferta pública inicial em 2017 com uma avaliação de US $ 1,6 bilhão.

Em janeiro de 2020, Elizabeth Spaulding assumiu a presidência da empresa com a missão de ajudar a moldar o crescimento e a inovação. O ano em que se iniciou a pandemia forçou a Stitch Fix a evoluir e dinamizar os produtos e serviços de acordo com a mudança no comportamento do consumidor.

Enquanto empresas físicas e varejistas de roupas fechavam as portas por conta da pandemia, a Stitch Fix agregou clientes e cresceu. Foram mais de 3,9 milhões de clientes ativos em março de 2021 no serviço de assinatura online de vestuário, com o lançamento de diversos novos recursos durante a crise sanitária.

Gabaritada, Spaulding foi escolhida para liderar a empresa na próxima fase de crescimento. Isso inclui expansão internacional e novas experiências de compra para o consumidor. Parte do trabalho é reformular a maneira como a empresa trabalha para atingir os objetivos, como a incorporação de OKRs para direcionar as prioridades estratégicas.

Antes da presidente ingressar na Stitch Fix, a empresa já utilizava OKRs para definir KPIs e outras métricas, mas sem definir a forma de implementar as estratégias. Isso mudou logo que Spaulding chegou, e os OKRs passaram a trabalhar para definir as prioridades entre duas áreas principais de enfoque: experiência do consumidor e experiência de personalização.

Essa foi a primeira experiência da presidente usando a ferramenta no todo da empresa. Em uma atividade anterior, em outra companhia, os OKRs não eram uma ferramenta organizacional, pois a implantação ocorria em escala diferente.

Para ela, a mudança mais significativa na introdução de OKRs em toda a empresa é o foco nos resultados, e não nas atividades. A companhia anteriormente rastreava a conclusão das atividades, mas não media o impacto ou a produção dessas atividades. Portanto, no passado pode ter sido implementada a iniciativa, mas os resultados talvez não tenham atendido às expectativas ou alcançado o impacto que tinham capacidade de alcançar.

Luciano Menegasso, especialista da C&S, explica o motivo de guiar-se por resultados não ser algo tão simples de ser feito.

“Nós como seres humanos estamos acostumados a nos guiar por tarefas, atividades e ações. Na época do ensino fundamental, por exemplo, todos nós buscamos anotar na agenda as tarefas para o dia seguinte, e trazemos isso para a vida adulta, onde temos o checklist. No ambiente corporativo, nós continuamos com esse hábito, mas nada disso faz sentido se o resultado não acontece. Olhar para o resultado é uma cultura que precisa ser implementada nas empresas, e a metodologia de OKRs vem para ajudar a tornar isso mais prático. O resultado de todas as nossas iniciativas e projetos é o mais importante, precisamos identificar o resultado que tem impacto no negócio, e não qualquer resultado.”

Para a diretora estratégica da Stitch Fix, o foco em resultados motivou as equipes a serem mais ágeis e a inovar em um ritmo rápido. Um exemplo disso foi a introdução do Fix Preview, que permite que o cliente visualize o pacote antes que os itens sejam enviados.

Após seis meses utilizando OKRs em toda a Stitch Fix, foi notado outro benefício surpreendente. A colaboração multifuncional entre equipes em projetos complexos tornou-se muito mais fluida. A equipe agora está alinhada.

É claro que há desafios ao fazer isso. É preciso identificar qual a melhor forma de incorporar ORKs quando as metas são ambiciosas e elevadas, muitas vezes sem estrutura pré-existente para o sucesso. O ideal é encontrar um equilíbrio entre ajudar e encorajar as equipes a mirar alto, mas sem desanimar quando as coisas não saem conforme o esperado. Uma solução pode ser tratar os OKRs como mecanismo de aprendizagem, que aperfeiçoa o cumprimento de prioridades estratégicas, além de ser uma ferramenta que cria senso compartilhado de responsabilidade e prestação de contas.

FONTE: What Matters

Fale com o nosso especialista

e deixe sua pergunta.