O que diz o relatório Top Risks 2022 Eurasia – Parte 1

Todos os anos, o Eurasia Group, empresa de consultoria e pesquisa de risco político, elabora a lista dos principais riscos geopolíticos para o próximo ano. O relatório é de autoria dos presidentes do Eurasia Group, Ian Bremmer e Cliff Kupchan.

O primeiro tópico aborda a Rússia como desonesta. De acordo com o relatório, o país é uma séria ameaça à segurança da Europa, EUA e outros. No ano passado, o Kremlin teve o cuidado de manter sua guerra contra a Ucrânia dentro do país, evitando confronto direto com a OTAN. Agora, Putin não pode se dar ao luxo de ser tão cauteloso – a Rússia não tem boas opções militares para vencer a guerra e pode lançar uma ofensiva, embora falte treinamento e força.

Hackers afiliados ao Kremlin devem aumentar os ataques cibernéticos em empresas e governos ocidentais; Oleodutos serão alvos de sabotagem, e autoridades russas ameaçam retaliação com credibilidade contra satélites americanos e europeus que desempenham papel na guerra.

Temendo perder mais um conflito, Moscou evitou até agora travar uma guerra cibernética com os Estados Unidos, o que deve se manter agora em 2023.

A desonestidade russa cria oportunidades contínuas para o G7 fortalecer a cooperação entre democracias industriais avançadas e reconstruir instituições para uma ordem de segurança global mais forte. A “Rússia desonesta”, como é chamada no relatório, é uma ameaça à segurança global.

O segundo grande risco será Xi Jinping, presidente da China, que é apontado pelo grupo como o indivíduo de maior controle de poder desde Mao Tsé-Tung – fundador da República Popular da China.

Para o relatório, Xi está praticamente sem restrições em sua capacidade de seguir sua agenda política estatista e nacionalista. Com poucos freios e contrapesos sobrando para constrangê-lo e sem vozes dissidentes para desafiar seus pontos de vista, a capacidade de Xi de cometer grandes erros também é incomparável.

De acordo com a Eurásia, o poder político na China é um desafio global e superestimado, já que estamos diante de uma realidade sem precedentes de uma ditadura capitalista de estado, tendo um papel tão desproporcional na economia mundial.

O terceiro ponto trazido são as armas de disrupção em massa. Os avanços tecnológicos resultantes em inteligência artificial devem corroer a confiança social, capacitar demagogos e autoritários e interromper negócios e mercados. 2023 será um ponto de inflexão para o papel da tecnologia disruptiva na sociedade.

Outro tópico considerado de alto risco para 2023 é o Irã de escanteio. Enfrentando convulsões em casa e ataques no exterior, este ano apresentará novos confrontos entre a República Islâmica e o Ocidente.

Fato é que 2023 nos reserva muitos fatos – alguns surpreendentes, outros não. Mas estar por dentro das projeções e dos possíveis riscos nos permite um preparo adequado para reagir de forma eficaz e imediata.

Fonte: Eurasia Group

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