O impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia nas cadeias de suprimentos

A recente invasão da Ucrânia pela Rússia pode derrubar ainda mais as cadeias de suprimento internacionais, que ainda sofrem com os reflexos da pandemia de covid-19.

Empresas já interrompem as operações na região, conforme o conflito se agrava. A FedEx e a UPS, por exemplo, suspenderam o serviço de entrada e saída da Ucrânia.

A situação pode trazer escassez de materiais importantes, além de aumentar custos de materiais, volatilidade da demanda, restrições de logística e capacidade, e violações de segurança cibernética. Isso de acordo com os analistas Koray Kose e Sam New.

Para Per Hong, sócio da Kearney – que passou mais de seis anos liderando a unidade da empresa na Rússia, a guerra é o pior cenário para as cadeias de suprimentos. Em uma entrevista, ele contou que um cliente disse não esperar que suas operações fossem afetadas pela guerra. Hong afirma que o cliente descobriu que um fornecedor de Nível 2 havia terceirizado seus sistemas de TI e atendimento ao cliente para a Ucrânia.

Ou seja, mesmo que uma empresa não tenha conexão de fornecedor de Nível 1 ou Nível 2 na Rússia ou Ucrânia, o conflito pode afetá-la, criando alguma interrupção nas indústrias, desde a energia até a agricultura.

Como resposta, as empresas devem buscar melhoria de visibilidade, além de estocar matéria-prima. Os preços do petróleo devem continuar subindo, uma vez que a Rússia é o terceiro maior produtor do mundo e o segundo maior fornecedor estrangeiro de petróleo dos EUA.

Analistas da consultoria Gartner acreditam que um conflito militar traz consequências desastrosas para as cadeias de suprimentos. Os preços de itens como hidrocarbonetos, metais e energia devem disparar, como consequência da escassez e de comportamentos de compras irracionais como forma de proteção.

É fundamental que as empresas afetadas diversifiquem fontes e rotas logísticas sempre que possível, além de preparar planos de resposta a riscos para as cadeias de suprimentos mais frágeis. Para intensificar a resiliência, é preciso equilibrar investimentos em equipes, processos e tecnologias. Isso vai permitir que as organizações implementem o gerenciamento de riscos de ponta a ponta.

A disrupção vem como uma oportunidade para que as empresas melhorem seus sistemas de supply chain, passando a ter previsões de problemas futuros. Há resultados que são bastante previsíveis e permitem que as empresas se antecipem com facilidade. Outros são mais complexos, em especial para empresas que não possuem visibilidade adequada – o que traz consequências não intencionais.

Fonte: Supply Chain Dive

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