O desafio de padronizar relatórios financeiros

Definir padrões para relatórios de sustentabilidade tem sido um desafio de alta demanda no momento. No ano passado, foi estabelecido um padrão pela Fundação IFRS, enquanto o ISSB consolidou outro. Foi feita então uma fusão entre os dois, além de uma estrutura de força-tarefa para relatórios financeiros relacionados ao clima.

Ao mesmo tempo, o Grupo Consultivo Europeu de Relatórios Financeiros trabalha para estabelecer padrões para a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia, trabalho que vinha sendo apoiado pela Global Reporting Initiative, mas agora a instituição colabora com o ISSB. Há uma confusão entre tantas organizações e padrões, e é preciso que a situação seja resolvida com urgência.

Há mais de 150 anos tentam estabelecer padrões de relatórios financeiros. A literatura em torno da temática é vasta, além da história da contabilidade e estabelecimento de normas contábeis. Um dos estudiosos de maior destaque nesse campo é o professor Stephen Zeff.

Desde o nascimento da contabilidade em 1494 até os dias de hoje, os métodos foram evoluindo e se aprimoram cada vez mais. Na década de 70, por exemplo, o estabelecimento de padrões passou a ser de responsabilidade do Financial Accounting Standards Board, que criou as bases para separação de prática e definição desses padrões. Os primeiros avanços para a normatização ocorreram após a criação de um comitê de órgãos contábeis da Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Reino Unido, Irlanda e EUA.

Foram então criadas as Normas Internacionais de Contabilidade, conhecidas como IAS. Embora poucos países adotassem ou exigissem totalmente as IAS, as normas desempenharam papel significativo, como orientação ou documentos consultivos.

Seja qual for o tipo de relatório financeiro: demonstrativo de fluxo de caixa, demonstrativo de resultado do exercício, ou balanço patrimonial por exemplo, é primordial que exista um padrão para que possibilite comparativos e análises.

Resumidamente, trata-se de uma longa e sinuosa trajetória para desenvolver padrões de relatórios financeiros. É muito importante ressaltar que não basta que sejam impostos padrões: é fundamental que os governos exijam o uso.

Trabalhar para sempre alcançar um nível mais alto quando se fala em um conjunto global de padrões para relatórios de sustentabilidade deve ser um objetivo coletivo.

Fonte: Board Agenda

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