Nova demanda desafia conselhos e conselheiros

Embora a teoria do planejamento estratégico direcione os conselhos para a visualização de oportunidades de forma estruturada, além do olhar para novos negócios e tendências de mercado, empresas ainda ignoram recomendações das melhores práticas de planejamento. Diante disso, as companhias precisam estruturar ferramentas para atender essa urgência de mudanças, mas num cenário de ciclo estratégico reduzido e agenda de governança focada em obrigações de compliance, cumprir as funções do conselho – como atuar na prevenção de riscos e na geração de valor, passa a ser um novo desafio.

O mercado atual vive um movimento intenso de mudança, o que também impõe desafios aos conselhos. Prova disso é evidente agilidade nas operações de fusões e aquisições.

Uma pesquisa de 2022 realizada com mais de 800 negócios no mercado de M&A, concluiu que as atividades devem seguir com força a nível global, impactadas pelo movimento de mudança em diversos segmentos.

Nos grandes investimentos, a tendência é que grande parte das empresas mantenham um bom ritmo no fechamento de novos negócios. Essa situação é característica do mundo V.U.C.A – termo para Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, usado justamente para descrever o mundo que vivemos hoje. O ambiente de mudanças rápidas e incertezas aumenta as oportunidades de implementação das melhores práticas de governança. Mas o grande desafio é o de conectar oportunidades de crescimento a essas melhores práticas.

Pensar em crescimento, desempenho e cultura, ou na possibilidade de aproveitar oportunidades de mercado mesmo que não façam parte do planejamento estratégico, são questões que se conectam com o investimento das empresas em governança corporativa, mas é importante observar as motivações.

Em muitos casos, o motivador está ligado à disponibilidade de investimento em recursos financeiros, capital intelectual, tecnologia e revisão de processos. Crescer sem planejamento é crescer de forma complexa, e isso dificulta a avaliação dos fatores envolvidos. Tempos de oportunidades são tempos de investir ainda mais em governança.

O que leva muitas empresas a investirem em uma agenda proativa de governança é a desorganização e a baixa qualidade nos controles. Há também as organizações que aceleram o movimento de governança após olharem para o mercado e perceberem que precisam se preparar para as oportunidades antes que elas se concretizem.

O mercado impõe que as empresas sejam ágeis na tomada de decisão sobre novos investimentos, e a governança é capaz de avaliar os pilares de custo, oportunidades e risco, além de executar a estratégia enquanto engaja o conselho com as oportunidades. É esse engajamento que proporciona a transparência e a responsabilidade corporativa.

É por isso que hoje em dia não basta ter no modelo de gestão um conselho deliberativo ou consultivo focado somente na visão de longo prazo. O curto prazo passou a ser uma nova demanda na rotina dos conselhos e também dos conselheiros, e esses passam a viver um ambiente de negócios em constante transformação.

Não é novidade que precisamos inovar e nos preparar para o imprevisível. O conselho do futuro deve ter um comportamento mais assertivo e agir com rapidez na análise e tomada de decisões.

Fonte: IBGC

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