Mudanças econômicas na China impactam o mundo e os investimentos

Quase tudo o que acontece na China em termos econômicos e geopolíticos impacta no restante do mundo. Uma notícia, um boato ou um anúncio oficial do governo podem influenciar negócios e decisões. Um bom exemplo recente é o caso da construtora chinesa que ameaçava não pagar juros de empréstimos, notícia que impactou negativamente e imediatamente os mercados globais.

Essa dinâmica deve se intensificar daqui em diante, conforme o processo de mudança da matriz econômica avançar. A transformação ocorre para substituir um modelo baseado nas exportações por outro, agora fundamentado no consumo interno. O movimento coloca grandes desafios e oportunidades à disposição do mundo e dos investidores.

É fundamental que seja feita uma leitura clara do cenário nesse contexto, e aí está uma das dificuldades. É desafiador encontrar dados e informações sobre o que realmente acontece na China, diante do regime político que concentra o poder nas mãos de comandantes do partido comunista.

Para contornar essa questão, podemos observar as atitudes do governo relacionadas à regulamentação. As mais recentes tratam da ideia de Xi Jinping em reforçar os controles, como a proibição de mineração de criptomoedas, por exemplo.

Através dos direcionamentos, analistas acreditam que a China está realmente em um amplo processo de transição. Após décadas focada em exportações, transformando-se na fábrica do mundo, a gigante agora deve focar em melhorar a qualidade de vida da população. Isso implica em mudanças como distribuição equilibrada de riquezas entre centros urbanos e zonas rurais, produção de energia, demografia e maior urbanização. Um desafio diante da população numerosa.

Durante décadas, a China adotou a política do filho único, e assim a população está envelhecendo. Estima-se que daqui a 15 anos a população chinesa será tão idosa quanto a japonesa, que hoje tem expectativa de vida em 48 anos de idade.

Especialistas afirmam que a inovação e a abertura para o capital privado são a esperança para que a China escape da armadilha da renda média. A tendência é que cresçam as oportunidades de investimentos conforme o governo torne o mercado mais amigável para o dinheiro privado vindo de fora. Nessa corrida para reforçar o consumo interno, devem surgir boas opções para investidores. O que deve ser considerado aqui são os riscos associados à alocação no mercado chinês, como as informações escassas.

Tais mudanças para melhoria da qualidade de vida da população chinesa devem ir de encontro com a necessidade de ajustes na matriz energética, com novas fontes renováveis surgindo na contramão da queima de carvão. Aí se abrem possibilidades de investimento em energia solar, eólica e hidrelétrica. Outros setores que devem abrir ótimas oportunidades são os de chips e equipamentos de telecomunicações.

Essa estratégia fará com que a maior riqueza produzida na China fique no próprio país, elevando a renda da população e contribuindo para o consumo interno.

Fonte: Capital Aberto

Equipe Técnica

Profissionais Multidisciplininares

Fale com o nosso especialista

e deixe sua pergunta.