Meu sócio é meu inimigo

É uma frase comum no mundo dos negócios. As sociedades de um modo geral, são iniciadas entre amigos, que normalmente têm vontade de empreender, têm algum capital ou nenhum. Iniciam com companheirismo e muita força de vontade.

Na maioria dos casos, um deles pelo menos, vem do segmento econômico, no qual pretendem investir. Pode até existir, porém até hoje, não vi nenhum negócio de pequeno ou médio porte, iniciar com um bom planejamento, com a capacidade de capital de giro calculada e disponível, e pelo menos com algum princípio de Governança Corporativa, por mais rudimentar que seja.

Com o passar dos anos, seja por problemas financeiros, o que é mais comum, ou por problemas de visões contrárias, objetivos de vida diferentes, ou até mesmo incompatibilidade de temperamentos, aquele companheirismo inicial, a convivência fraterna vão acabando, e aos poucos, se transformando em guerra, e a empresa se torna um campo de batalha.

É o fim? Pode ser que ainda dê tempo de reverter o caos instalado. Temos então duas hipóteses :

A primeira, é iniciar com urgência, a implantação da Governança Corporativa, trazendo para o dia a dia, os princípios básicos ditados pelo IBGC, que são Transparência, Prestação de Contas, Equidade, e Responsabilidade Corporativa. Mesmo para as pequenas e médias empresas, a formação de um Conselho de Administração, ou Consultivo em um primeiro momento, com a presença de Conselheiros Independentes, pode aos poucos, com a ajuda de um profissional em reconciliação entre pessoas, ajustar novamente a convivência na sociedade.

As deliberações principais, o zelo pelo planejamento estratégico, a análise dos relatórios gerenciais e contábeis, passam a ser foco do colegiado, tendo como consequência, na maioria dos casos, na quebra da animosidade, e retorno à normalidade. Há porém, os casos mais graves, que a Governança Corporativa não resolve mais. É quando já há um desgaste pessoal sem retorno.

Nestes processos, não tem outra alternativa, senão a venda total da empresa, ou a cisão da sociedade. Aconselhamos sempre neste estágio, a contratação de um mediador, que irá conduzir o final da convivência entre os sócios, de forma pacífica, levando a bom termo, sempre baseado em dados técnicos, como a avaliação do negócio o “Valuation”, elaborada por técnicos experientes, ao invés de suposições sobre o quanto vale, que só fazem piorar a situação.

Não inicie seu empreendimento sem planejamento, sem uma boa Governança Corporativa, que contemple no Conselho, um bom regimento interno, e um um contrato social com cláusulas bem definidas, para que um dia você não diga ” Meu Sócio é meu Inimigo”.

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