Jovens marcam cada vez mais presença nos conselhos

A pauta da diversidade nos conselhos tem conquistado avanços significativos, com maior presença de mulheres e outras minorias, porém isso acontece de forma lenta. Uma grande aposta nesse sentido têm sido os jovens.

Uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Ética Empresarial, com o apoio do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – o IBGC, aponta que 73% das empresas analisadas contam com ao menos um conselheiro de idade inferior a 50 anos. O índice supera a presença das mulheres, que marcam presença em 69% dos conselhos pesquisados.

No total, foram analisadas 408 cadeiras. 28% delas são ocupadas por jovens, como foram classificados os conselheiros com menos de 50 anos de idade.

A melhor representatividade de jovens foi observada em startups, com 40% dos assentos ocupados por esse perfil. Na sequência, as empresas que mais contam com jovens nos conselhos são as multinacionais e as familiares, todas com mais de 20% dos assentos ocupados por pessoas com menos de 50 anos.

Dentre as organizações pesquisadas, somente 10 apresentaram um único titular que representa mais de um pilar de diversidade, sendo gênero e geração as mais frequentes.

Para se chegar no conselho de administração há um longo caminho, com aprendizados expressivos em uma ou mais organizações. O Board Index Brasil de 2020, feito pela consultoria Spencer Stuart, revela a idade média dos membros de conselhos no país: 57 anos. A média mundial é de 58 anos, e há lugares, como no Canadá, que chega a 62. O levantamento aponta que 78% dos membros têm entre 40 e 69 anos.

O Valor Econômico pediu ao IBGC que fizesse um levantamento entre os mais de 1.100 certificados ativos. Foi constatado que conselheiros com menos de 40 anos ainda são minoria: dos mais de 2 mil inscritos para o curso de conselheiros em 2020, 21% eram dessa faixa etária. Considerando alunos de até 50 anos, o índice sobe para 48%. A média geral de idade nos cursos foi de 48 anos.

Há quem discorde dos benefícios de rejuvenescer os conselhos. Herbert Steinberg, especialista em governança corporativa e fundador da consultoria Mesa Corporate Governance, acredita que os conselhos de administração precisam ser compostos por pessoas com experiências e habilidades para que a empresa consiga lidar com sua fase atual.

Ter pessoas mais conectadas com os novos tempos pode ajudar para que isso aconteça, mas ele não tem certeza se o lugar dessas pessoas é nos conselhos, já que os conselheiros precisam ser ativos, como empreendedores que foram diretores financeiros ou CEOs, que entendam de negócios e conheçam mais de uma indústria. Steinberg também critica que jovens são muito ansiosos, e o papel do conselho é ouvir, pesquisar e sugerir, e não agir.

Bruno Siqueira, sócio da C&S, é um exemplo de conselheiro com menos de 50 anos. Ele afirma que nunca tivemos tantas gerações trabalhando juntas, como acontece hoje. As diferenças entre as gerações são enormes, em especial na forma de consumo, e um colegiado diverso pode aumentar as chances de um futuro de sucesso.

FONTE: Valor Econômico

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