Governança é peça fundamental para inovação aberta

Com importância cada vez maior, iniciativas de inovação aberta em empresas e organizações têm aumentado. Estamos na era da cooperação, colaboração e cocriação. E muitas vezes nos deparamos também com uma mistura de cooperação e competição.

O conceito de inovação aberta foi conhecido através do autor Henry Chesbrough, em 2003, no livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology”. No livro, é proposto que no antigo paradigma, o fechado, o fluxo de ideias e estratégias de inovação externas às empresas era constrangido. O modelo predominava nos EUA entre o final da Segunda Guerra e a década de 80, quando fatores de erosão contribuíram para o declínio do paradigma fechado. Exemplo desses fatores é a eclosão do mercado de venture capital e das startups, quando nasceu um novo ecossistema de inovação, agora mais colaborativo e cocriativo com o externo. No caso do Brasil, esse mercado se fortalece com o Marco Legal das Startups, aumentando os investimentos no segmento de forma considerável.

Chesbrough definiu os conceitos de Inovação Fechada e Inovação Aberta a partir da identificação de um modelo que torna o externo como estratégia de inovação. O modelo enfatiza que as ideias inovadoras não precisam necessariamente nascer dentro das empresas, e sim dentro de um ecossistema que une investimentos, mercado financeiro, conhecimento e startups, formando um tripé. Assim sendo, quando temos investimentos, conhecimento, desenvolvimento e estruturação de novos negócios, precisamos de Governança.

Como na Inovação Aberta temos relações cada vez mais amplas e desafiadoras, além de direitos e deveres, a Governança se faz ainda mais essencial. A Governança Multistakeholder é uma fusão entre o interno e o externo, e nela os impactos e interesses de grupos que não estão diretamente vinculados à empresa podem ser considerados na governança para um melhor posicionamento estratégico da empresa. Dentro desse modelo, o interno é também mais amplo, englobando colaboradores e clientes, além dos shareholders.

Fatores como cooperação, colaboração e cocriação tem como fundamento a fusão entre interno e externo, assim como acontece com a inclusão, diversidade, equidade e propósito ético aliados à capacidade da tecnologia de revolucionar o mercado e a sociedade. As startups têm um papel chave no conceito de Inovação Aberta. Para gerenciar, a Governança traz relevância a essas iniciativas que podem ser complexas, mas cada vez mais necessárias.

Startups são naturalmente a chave, pois se propõe a ser inovadoras, mesmo sendo financiadas externamente por um sistema e lógica de investimentos. Um grande diferencial competitivo das startups é justamente a capacidade de governança no gerenciamento de riscos e prestação de contas aos investidores. Há aspectos que são fundamentais para que isso aconteça: privacidade de dados e ESG, por exemplo.

Grandes situações graves do planeta e da humanidade dependem de soluções inovadoras. Isso faz com que as empresas pensem e atuem de forma diferente ao fazer negócios, para alcance da consciência individual, empresarial e coletiva. Para saber se estamos na direção correta, contamos com a Governança e com o compliance, além da cultura e a forma de fazer as coisas dentro das empresas.

Na inovação aberta é comum se deparar com o desafio de assumir novos parceiros, pois isso sempre traz custos em termos de busca, validação e conformidade, além da construção de novas relações sociais. Diante desse cenário, é preciso assumir o risco associado aos novos parceiros, reforçando que a inovação aberta é o caminho que deve ser seguido.

A Governança é a responsável por trazer clareza e orquestrar as diversas iniciativas, além de validar a necessidade regulatória, olhar para questões legais, avaliar riscos e desenvolvimento de produtos.

Para iniciar a inovação aberta, procure unir o externo com o interno, traga visão e recursos externos para auxiliar na organização interna e definir qual direção será seguida. Para que a mudança ocorra, tenha em mente que a transformação é um desafio. A inovação aberta costuma propor mudanças operacionais e estruturais no modo de fazer e gerir os negócios. Por isso, sempre devemos estar abertos a trazer novas experiências e habilidades, testando o modelo de negócio até colher bons resultados.

Fonte: Distrito

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