ESG: Governança é principal desafio do agronegócio

A governança corporativa é o maior desafio do agronegócio brasileiro em relação à agenda ESG. Especialistas afirmam que o setor precisa avançar nos pilares Ambiental e Social, mas que a letra G da sigla concentra a maior dificuldade.

Com o objetivo de organizar a empresa e os processos corporativos, a governança tem a contribuir muito para a administração correta, melhor estrutura de tomada de decisões, além de trazer transparência sobre o que é feito e sobre resultados.

Empresas com o pilar da governança bem desenvolvido, investem em mecanismos de prestação de contas, equidade e responsabilidade corporativa. De acordo com um levantamento de 2020 feito pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a governança é o segundo maior desafio do agro brasileiro, perdendo somente para a infraestrutura do país.

Isso acontece por causa da alta presença de empresas familiares, que encontram dificuldades em processos corporativos. Para essas companhias, assim como pequenos e médios produtores, adotar processos de governança podem significar novas burocracias e despesas, isso num primeiro momento. Algumas dessas empresas, inclusive, ainda têm a figura do dono. Isso pode ser um obstáculo para a implementação de uma boa governança. Transicionar do modo familiar de gestão para a governança estabelecida exige muito comprometimento.

No Brasil, o processo de compliance é extremamente complexo. São leis, normas, e regras que precisam ser cumpridas. Em alguns setores, são mais de mil. Fora do país esse processo costuma ser muito mais simples. Especialistas acreditam que a normatização do setor precisa ser rediscutida para que se adeque às diferentes realidades de cada tamanho de empresa.

A governança, na sigla ESG, não engloba somente o compliance, mas também questões como práticas de diversidade, criação de comitês de sustentabilidade, etc. Esses temas são desafiadores em diversos setores econômicos.

Mesmo assim, a adesão do agronegócio brasileiro aos critérios ESG deve crescer nos próximos anos, já que as empresas do setor estarão cada vez mais presentes no mercado de capitais, aumentando a exigência por boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa.

Fonte: Folha de São Paulo

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