Como colocar a experiência do paciente em primeiro lugar

Cuidados centrados no paciente são um desafio dos sistemas de saúde, que buscam modelos eficazes de prestação de cuidados, e podem se beneficiar das lições aprendidas nos últimos cinco anos pelo Instituto da Pensilvânia. O objetivo da instituição é fazer com que médicos unam esforços para melhorar os resultados e atender da melhor forma as necessidades dos pacientes.

Os cuidados chamados MSK abrangem todos os elementos necessários para a mobilidade, ou seja, articulações, músculos, ligamentos e tendões. Porém, o diagnóstico acaba ficando nas mãos do paciente, a pessoa menos indicada para isso. Diante da estrutura de muitos sistemas de saúde, espera-se muitas vezes que o paciente faça o autodiagnóstico e escolha o especialista correto para buscar.

Para recorrer a um especialista, é importante saber se houve uma fratura, distensão, problema no ligamento, etc. Não deveria ser tarefa do paciente identificar esses fatores. Por isso o Instituto da Pensilvânia acredita em um atendimento holístico, com especialistas de todos os tipos espalhados por nove hospitais.

Equipes unificadas de atendimento podem ajudar os sistemas de saúde a afastar os profissionais de uma mentalidade baseada em códigos, focando na jornada do paciente. Há 3 etapas que os sistemas de saúde podem seguir para criar ecossistemas eficientes e integrados:

A primeira delas é a criação de uma experiência replicável que os pacientes valorizem. Para que o paciente siga o tratamento recomendado, é preciso que o sistema demonstre compromisso com a relação médico-paciente. Superar as expectativas do paciente começa com a escuta ativa e um plano de cuidado proativo bem estabelecido para atender as necessidades atuais e futuras.

No início do atendimento, o paciente é apresentado às condições e ao conjunto de resultados que devem ser acompanhados ao longo do tratamento. Os médicos explicam o passo a passo e passam uma expectativa de resultados para o indivíduo saber em quanto tempo deve apresentar melhoras em questão de saúde. Vale ressaltar que, em caso de doentes crônicos, trata-se de um cuidado preventivo.

Outros pontos positivos são otimização de recursos, fazendo com que o paciente gaste somente o necessário com exames e medicamentos. Com um acompanhamento bem próximo do caso, os médicos são capazes de ajustar o tratamento conforme os primeiros resultados aparecem, evitando que medidas ineficazes tenham continuidade.

Outra etapa é a de alavancar pagamentos agrupados para impulsionar a reforma dos sistemas de saúde. Unir todos os serviços envolvidos no atendimento e definir um custo faz com que o valor seja reduzido sem impactar na qualidade. Isso acontece porque torna possível fazer parcerias com fornecedores.

A terceira fase consiste na utilização em escala de dados de resultados relatados pelo paciente. O objetivo final do cuidado baseado em valor é melhorar os resultados e reduzir os custos. Porém, precisamos identificar quais os resultados mais importantes e quais métricas serão utilizadas.

A experiência do paciente agora é parte de como o setor define valor, e isso se refere a todo o processo: agendamento, comunicação e gestão do cuidado. As medidas de resultados relatados pelos pacientes são uma ferramenta importante de avaliação do nível de saúde individual e populacional.

O futuro dos cuidados depende da capacidade de trazer o paciente ao centro da conversa. A criação de uma experiência de atendimento excepcional, com educação, tratamento menos invasivo e suporte pós-operatório constante, o paciente tem uma melhor jornada de cuidado. Isso reflete, e muito, na cura ou controle das condições clínicas.

Fonte:Harvard Business Review

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