Aprimorando o uso dos informes de governança

Um relatório do Grupo de Trabalho Pratique ou Explique do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), mostra que a melhoria do uso dos informes de governança é uma questão que passa por informações mais precisas para ajudar companhias e investidores.

De acordo com o estudo, companhias de capital aberto adotam cada vez mais as práticas de governanças previstas no Código Brasileiro de Governança Corporativa. Em 2021, a adesão foi de 58,7%, contra 54,3% no ano anterior, e 51,1% em 2019.

Com dados extraídos de informes de governança dessas empresas, entregues anualmente à Comissão de Valores Mobiliários, é possível apontar as práticas de governança adotadas por essas organizações e justificar aquelas não assumidas. Contudo, ainda há espaço para melhorias.

As principais percepções dessa e de outras pesquisas sobre a elaboração, uso do informe e sua relação com o Código Brasileiro de Governança Corporativa, foram consolidadas e debatidas em um evento transmitido no canal do IBGC no YouTube. Assista aqui.

Chamado de “Visões sobre o Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas”, o relatório faz um registro histórico das diferentes pesquisas, avaliações e interpretações dos integrantes do GT. Traz também resultados de duas pesquisas feitas pelo grupo, que apontam como tem sido o uso do informe entre as companhias abertas e quais as percepções dos profissionais que atuam nessas organizações. O relatório está disponível aqui.

Foi observado que as companhias enxergam o informe como oportunidade de melhoria interna da empresa. Em contrapartida, o foco dado ao documento pelos conselhos é visto como burocracia, e grande parte dos investidores individuais, analistas de investimentos e gestores de recursos, que formam 89% dos pesquisados, acreditam que as justificativas das companhias deveriam ser mais objetivas e precisas.

Especialistas recomendam que o informe passe pelo conselho e seja colocado nas agendas dos conselheiros o processo de revisão do documento, além da comparação com seus concorrentes. Isso deve ser avaliado.

96% dos participantes de uma das pesquisas trazidas no relatório observam que as informações fornecidas pelo informe constituem conteúdo relevante e agregam valor à análise de investimento. O protagonismo das empresas faz diferença na governança e gestão estratégica das empresas, já que a companhia manuseia o informe, compara com outros players de mercado e posiciona para melhoria da governança interna.

O foco das respostas deve ser a explicação. Não apenas o “sim”, “não” e “parcialmente”. Essas informações funcionam para um processo de benchmarking. Isso contribui para a precificação da companhia, através da reflexão interna e aprendizados.

O relatório destaca a possibilidade de encontrar informações sobre possíveis melhorias de redação do informe, além da necessidade de que sejam empreendidos esforços de educação para esclarecer o que é esperado de determinadas práticas, focando em explicá-las de forma mais adequada.

A partir da Instrução CVM 586, a C&S também elaborou um relatório completo, em que analisa a aderência das práticas de Governança Corporativa em companhias abertas brasileiras em 2021. Esse relatório pode ser acessado na íntegra aqui.

Mais ainda, disponibilizamos o banco de dados do relatório através de uma interface de Business Intelligence, disponível para qualquer pessoa que deseje coletar mais informações, e avançar em análises por empresa ou capítulo do código (por exemplo, acionistas, Conselho de Administração, Diretoria etc.). É possível acessar esse painel aqui.

Fonte: IBGC

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