Apesar de avanço em transformação digital no Brasil, o mundo está cada vez mais próximo do “velho normal”

O futuro já chegou, mas ainda não a todos os lugares. 2021 foi um marco na transformação digital brasileira, com mais de US$ 10 bilhões destinados a startups no país. Com o alto índice de penetração de tecnologia na economia, a perspectiva é positiva na geração de valor para que o Brasil alcance níveis dos Estados Unidos.

Contudo, passamos agora por um cenário de ressaca, com excesso de liquidez, juros baixos promovidos por bancos centrais, o que caracterizou um ambiente de crescente inflação.

Diante disso, investidores desviam de investimentos de risco e de longo prazo, e as empresas de alto crescimento – como é o caso de startups, são as que mais sofrem por ter fluxo de caixa positivo projetado no futuro.

Esse cenário é global, e acontece pela primeira vez na década. Unicórnios brasileiros vivem desafios semelhantes: fundadores e executivos são cobrados por decisões para manter as empresas na melhor rota, mas a transformação digital da economia dos EUA acelerou quase 10 anos antes do Brasil, vantagem que reflete nos principais índices.

O relatório anual de transformação digital, publicado pelo fundo de venture capital Atlantico, calculou o índice comparando o valor de mercado das empresas de tecnologia locais com o PIB de cada país. Nos EUA, o índice de penetração foi de 52%. Aqui no Brasil, o valor ainda beira os 1,5%. Outros países em desenvolvimento, como China e Índia, têm taxas que variam entre 15% e 20%.

Vê-se uma enorme oportunidade de geração de valor: quase US$ 1 trilhão para atingirmos os níveis americanos, o que seria possível ao longo da próxima década, ou até antes, de acordo com especialistas.

Os últimos anos foram marcantes no sentido de consolidação de plataformas de streaming e mídia no Brasil. Temos como exemplo a Netflix e o TikTok e os comportamentos que foram acelerados pela pandemia, como compras online e aplicativos de delivery, que acentuaram as curvas de crescimento durante a crise sanitária.

O e-commerce tem hoje um avanço de dois anos e meio à frente do que a tendência pré-pandemia projetava. O uso de bancos digitais e serviços de telemedicina também crescem de forma sólida, deixando em evidência que a mudança veio para ficar.

Tudo isso nos prova que tempos de baixa são também tempos de oportunidade. Especialmente no Brasil, questões estruturais de desigualdade em áreas como saúde, educação e economia podem ser focos de avanço através da tecnologia e da inovação.

Fonte: Valor Econômico

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