A governança não deve impedir a inovação: pelo contrário, deve promovê-la

No momento de gerar valor, a inovação é essencial. Isso vale tanto para empresas individuais quanto para toda a economia, que depende de processos e tecnologias inovadoras para o crescimento econômico e da produtividade.

Essa não é uma questão que afeta somente empresas de crescimento ou as que atuam na área de tecnologia. Toda companhia deve procurar ser inovadora, e essa pode, inclusive, ser a ferramenta-chave para enfrentar desafios econômicos e de sustentabilidade.

Se utilizarmos como exemplo o Reino Unido, em 2021 o país foi classificado como a quarta economia mais inovadora do mundo. Mas, na realidade, o desempenho por lá é misto. Embora algumas empresas e setores sejam altamente inovadores, há uma série de empresas que não inovam em nada – e isso em companhias de todos os tamanhos. O assunto deve ser abordado com força, para que a economia possa prosperar.

Há uma série de fatores que impactam na inovação ou falta dela dentro das organizações: disponibilidade de habilidades e capital, e medidas de políticas públicas que incentivem a prática são alguns deles. E para driblar tudo isso, as empresas precisam ser geridas de forma que conduza à inovação, para que tenham condições de aproveitar novas oportunidades.

Um estudo do IoD Center for Corporate Governance analisou até que ponto os acordos de governança das empresas e as ações de investidores incentivam ou freiam a inovação. A pesquisa concluiu que a função da governança em relação à inovação pode diferir, a depender do tamanho e da idade de cada empresa.

Nas startups, por exemplo, a principal função da inovação é criar uma estrutura para auxiliar a transformação de uma ideia ou tecnologia em um produto ou serviço lucrativo. Já nas empresas maiores ou já consolidadas, a função seria recriar as características das startups bem-sucedidas: ser ágil com uma cultura que incentiva a inovação.

Não se trata de uma única prática de governança, ou combinação de algumas delas, para consertar a inovação. Dentre os temas recorrentes que foram enfatizados na pesquisa, temos:

● Dar ênfase à importância de ter pessoas com experiência empreendedora e mentalidade criativa no conselho;

● A presença da diversidade – no sentido mais amplo da palavra – no nível do conselho e inovação bem-sucedida.

● Embora o conselho não precise necessariamente de profundo conhecimento em tecnologia ou outros elementos básicos da inovação, ele precisa entender como a inovação é relevante para seu próprio modelo e estratégia de negócios. Aquilo que não é compreendido não é valorizado.

● A inovação bem-sucedida como uma atividade de toda a empresa — não uma atividade independente. Ideias e tecnologias precisam ser implementadas de forma a ajudar a empresa a atingir seus objetivos. Isso impacta na estrutura organizacional e nas formas de trabalhar para garantir que todas as partes da empresa estejam alinhadas, dispostas e aptas a contribuir.

● A existência de uma cultura corporativa que conduza à inovação, na qual os funcionários se sintam encorajados a apresentar ideias e tenham “permissão para falhar”. Muitos conselhos ainda lutam para operacionalizar isso em termos de incentivos e avaliação de desempenho.

Não estamos aqui trazendo uma receita de bolo. Mas se esses fatores estão presentes nas organizações em que a inovação de fato acontece, podem ser um excelente caminho para começar a incentivá-la na sua empresa.

Fonte: Board Agenda

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