Sucessão em Empresas Familiares

O afastamento do dia a dia da empresa, requer preparo prévio, com muita antecedência, passando pelo psicológico, familiar, financeiro.

Infelizmente, é com enorme frequência, que ouço empresários dizendo para seus filhos: vocês vão ser meus sucessores na empresa. Os pequenos infelizes, já nascem vice-presidentes, e por osmose devem aprender todas as técnicas de administração, finanças, produção, vendas, etc., etc, etc.

Grandes conflitos à vista!

Quantas vezes fui obrigado a intervir junto aos pais presidentes, acionistas ou ” donos” como adoram ser chamados, alertando sobre a falta de desejo de seus filhos em seguir seus passos.

Além da falta de desejo, não é raro encontrar a falta de talento. Trazer estes jovens para o mundo dos negócios pode ser catastrófico.

Sempre afirmo: deixe seus filhos fazerem a própria escolha. Induza-os a estudar e se especializar conforme as aspirações e talentos deles, e não os seus. Isto não significa o fim de seus negócios. Muitos empresários vendem suas empresas, afirmando não terem sucessores entre seus filhos. Não há necessidade de extremismos como este.

Caso um de seus filhos siga seus passos, e seja realmente a pessoa certa para dirigir os negócios da família, procure com que ele se prepare muito bem antes de assumir as funções diretivas.

Em não acontecendo, apoie a opção deles por outra profissão, e estruture uma boa Governança Corporativa em sua empresa, de modo a ter profissionais do mercado na diretoria executiva do negócio, e os parentes em Conselho de Administração e de Família, assessorados por especialistas, que os ensinem a ler relatórios, balanços e balancetes, e a deliberar sobre as questões administrativas, financeiras, comerciais e de produção, apresentadas nas reuniões.

Tenho visto empresas de diversos portes, dirigidas com competência, por profissionais contratados, com seus acionistas médicos, advogados, engenheiros, entre outras profissões, extremamente felizes e realizados, sabendo analisar dados, e deliberar através de excelentes participações em Conselhos, recebendo seus dividendos normalmente.

Outro ponto importante na sucessão, é a retirada do fundador ou fundadores da empresa, das atividades diárias. Não é apenas por falecimento, mas também pela idade avançada, ou até mesmo por declínio da capacidade produtiva. É bastante difícil o convencimento por parte destas pessoas, que a hora de buscar novos rumos chegou. Ainda mais difícil, a tarefa de quem está incumbido de convencê-los.

O afastamento do dia a dia da empresa, requer preparo prévio, com muita antecedência, passando pelo psicológico, familiar, financeiro, além da escolha antecipada das futuras atividades deste profissional. Há pessoas qualificadas, que ajudam neste processo.

Jamais pare suas atividades totalmente. O ócio é extremamente prejudicial em todos os sentidos. Busque atividades que lhe deem prazer, ocupação, e não deixe de pensar em participar do Conselho de Administração de sua empresa. Os conhecimentos adquiridos durante sua carreira, são importantíssimos para o bom andamento do negócio, sempre tomando o cuidado de evitar saudosismos, como, na minha época eu fazia assim!

O afastamento do patriarca ou patriarcas, passa necessariamente pelos mesmos tópicos descritos no início desta matéria, ou seja, a escolha correta e preparação do sucessor, seja ele da família, ou profissional do mercado.

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