Milho 2016

A Folha de São Paulo trouxe na sua edição do dia 02 de fevereiro último, assinada por Mauro Zafalon, uma matéria relativa às exportações de milho nos últimos 12 meses que chama a nossa atenção.

O fato em destaque é que o milho ultrapassou em receitas o minério de ferro e a soja, esses dois últimos os produtos mais exportados pelo Brasil desde 2011, pelo menos. O produto que gerou mais divisas foi o petróleo, mas o crescimento das vendas de milho é o fato novo.

Entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, exportamos 30 milhões de toneladas pela primeira vez na história. E outra variável positiva é o Brasil ganhar mercado num período em que os preços do cereal voltam a um patamar normal, em torno de U$ 165 por tonelada e bem abaixo dos U$ 281 registrados em 2013. Isso quer dizer que estamos competitivos num cenário mais estável.

Outro dado interessante na matéria e o comportamento dos produtores, que priorizam a soja no verão e deixam o milho para o inverno. Foi isso que gerou uma boa safra no país, a partir do segundo semestre de 2015.

Há, contudo, uma sinalização relevante em relação ao minério de ferro: com a redução do ritmo de crescimento da China, nosso principal destino desse produto, fica claro que devemos buscar áreas de investimento para manter os níveis de venda. Ideal mesmo seria se o mercado interno tivesse capacidade de consumo para minério de ferro, com as necessárias obras de infraestrutura.

Podemos concluir que no mercado das commodities, especialmente os produtores, buscam soluções e seguem enfrentando as dificuldades. Seria benéfico se os poderes públicos atuassem com o mesmo esforço.

A notícia destacada é interessante, mas ainda reflete a fragilidade do nosso comércio externo, com exportações dependentes de produtos básicos. O Brasil precisa agregar valor as suas vendas externas se quiser acelerar a retomada econômica.

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