Lição de Casa que dá Resultado: Estratégias para Empresas Comercializadoras de Commodities

Dedicada à produção de açúcar, etanol e energia elétrica, a São Martinho S.A (SMTO3) vem na contramão de muitas empresas do setor, registrando aumentos sucessivos de faturamento e resultado operacional nos últimos 5 anos. No comparativo entre as safras 13/14 e 17/18, a receita líquida saltou de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,4 bilhões, enquanto que o lucro bruto foi de R$ 444 milhões para cerca de R$ 1 bilhão.

Além da estratégia de mix de produção (açúcar/etanol) que privilegiou a produção de combustível em momentos de maiores ganhos e a consolidação integral dos ativos da Usina Boa Vista a partir desta safra, o resultado positivo também é consequência do investimento em iniciativas para aumento do desempenho operacional e de redução de custo.

Para empresas que essencialmente comercializam produtos commodities, com possibilidades de diferenciação que variam de muita baixa a nula, manter o foco na eficiência de seus processos, inovação e redução contínua de custos é essencial para se manter competitiva no mercado e garantir um futuro promissor.

Buscando alcançar 100% da capacidade industrial instalada de 24 milhões de toneladas nas próximas safras, a empresa tem investido no aprimoramento do plantio e propagação de seu ativo biológico através de técnicas como MPB (Mudas Pré-Brotadas) e Meiosi (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente), adaptando-os aos diversos ambientes edafoclimáticos nas quais suas unidades produtivas estão presentes.

Devido à relevância do custo da produção de matéria-prima no custo operacional global, a São Martinho tem investido em projetos de automação agrícola que é considerado um dos pilares para melhoria do desempenho operacional e que, segunda a empresa, está em fase avançada de implementação na Usina São Martinho localizada em Pradópolis e no futuro será implementado nas demais unidades da São Martinho.

Com olhar além de suas fronteiras, a São Martinho recentemente fechou um acordo com a Raízen Energia (joint venture entre Cosan e Shell) para assumirem a moagem de 1 milhão de toneladas de cana que hoje são processadas pelo grupo Furlan localizado no município de Santa Bárbara d’Oeste (em aprovação pelos acionistas do grupo Furlan).

Este acordo ajuda a minimizar o problema de baixa oferta de cana na região central do Estado de São Paulo em função de fatores climáticos (seca) e econômico-financeiros (redução do uso de fertilizantes). Com isso, a empresa mostra que detém um leque diversificado de estratégias para sustentar seu crescimento e lucratividade num setor onde apenas aqueles que forem eficazes em fazer sua “lição de casa” irão prosperar.

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