China: país decisivo para as exportações brasileiras

A Folha de São Paulo traz na sua edição de 1º de março, matéria da jornalista Tatiana Freitas sobre as exportações brasileiras de carne bovina.

O destaque fica para a China, que oito meses após a retomada dos embarques assumiu a posição de principal destino das exportações brasileiras do produto. Nesse período e até janeiro de 2016, os chineses compraram US$ 517 milhões do Brasil, ou 16% da receita proveniente com as exportações de carne bovina, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento.

Outro fato chama atenção: considerando as compras de Hong Kong – cidade estado na China – no valor de US$ 389 milhões, a concentração chega a 28% do total exportado.

Com uma população de 1,3 bilhão de pessoas e um consumo per capita baixo, inferior a 6 quilos por habitante ao ano, o potencial de crescimento é enorme. Como referência, no Brasil, o consumo per capita de carne bovina varia entre 35 e 40 quilos.

A China se consolida como um dos principais mercados, e pode ser uma alternativa à Europa na exportação de cortes nobres, pois já há negócios com bons níveis de preço.

O Egito ocupou a segunda posição entre os importadores, enquanto que Rússia e Venezuela perderam relevância, em função da queda do valor do petróleo. Países muito dependentes desse mercado empobreceram e reduziram suas compras, inclusive de carne.

Com as vendas diretas para a China, caiu o volume exportado para Hong Kong. Todavia, é por lá que continuam entrando miúdos e carne com osso no país, já que o acordo entre Brasil e China não autoriza a exportação desses itens.

A velocidade do crescimento das exportações para a China não surpreende, considerando a dimensão do mercado. Mas, logo que o país asiático autorizou a retomada das importações, analistas apostavam em uma lenta recuperação – os negócios estavam suspensos desde 2012, devido a um caso atípico do mal da vaca louca no Paraná. Na época, a China representava cerca de 1% dos embarques de carne brasileira.

As negociações sobre os procedimentos adotados entre as agências de inspeção sanitária e a habilitação de frigoríficos para a exportação costumam demorar. Neste caso, o importador foi ágil. Atualmente, 16 frigoríficos podem exportar para China.

No atual cenário econômico do Brasil é o mercado externo que oferece alento. A China, de quem cada vez mais o país é dependente, avança sobre os mercados mundiais. No médio e longo prazo isso não é bom, mas hoje, ruim com eles, muito pior sem.

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